A equipe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu a investigação sobre o homicídio do produtor rural de Venda Nova do Imigrante, Carlos Iraciano Comarela, 48 anos. Segundo o delegado adjunto da unidade, José Lopes, cinco pessoas foram indiciadas e presas pelo crime. A vítima foi morta por causa de uma disputa pelo inventário da família. O inquérito foi encerrado e encaminhado à Justiça nesta quinta-feira (20).
Carlos Iraciano Comarela foi morto no dia 24 de abril deste ano. Ele foi seqüestrado um dia antes do crime, enquanto estava dentro da própria casa, em Venda Nova do Imigrante. O corpo do produtor rural foi encontrado no dia seguinte, na localidade de Alto Pinga Fogo, região rural de Conceição do Castelo.
De início, o caso começou a ser investigado pelas delegacias de Venda Nova do Imigrante, Conceição do Castelo e Delegacia Antissequestro (DAS), pois a primeira suspeita era de que o produtor rural tivesse sido sequestrado. No entanto, após o corpo da vítima ser encontrado, o chefe de polícia, delegado Julio Cesar Oliveira Silva, designou o delegado José Lopes para presidir o inquérito, com o objetivo de concentrar as informações e agilizar as investigações sobre o assassinato.
“Fui designado pelo Chefe de Polícia para assumir o caso para dar maior dinâmica e agilidade na resolução do crime, uma vez que a DHPP age em todo o Estado e pode disponibilizar mais investigadores para as diligências, explicou José Lopes.
Testemunhas passaram a prestar depoimento. Nas investigações, foram encontrados vários indícios no carro da vítima. Após o levantamento de informações, quatro retratos falados de suspeitos foram confeccionados e apresentados, no dia 28 de maio.
Os dois executores foram a Venda Nova do Imigrante um dia antes do crime, se hospedaram em um hotel e andaram pela cidade. Como eles não eram de lá, os moradores conseguiram detalhar alguns traços e informar à Polícia. As imagens elaboradas foram essenciais para que os suspeitos fossem presos, destacou o delegado.
Executor e intermediários presos
Por meio das investigações, os policiais conseguiram identificar os suspeitos pelo crime. No dia 17 de julho, três dos acusados foram apresentados pela polícia. Os irmãos Adil Uliana Cristo, 42 anos, e Deosdete Uliana Cristo, 44 anos, são apontados como os intermediários do homicídio. Robson Procópio dos Santos, 28 anos, foi um dos executores. Um outro envolvido, Diego Barbosa Ramalhete, 20 anos, acusado de ser um dos autores do homicídio, não chegou a ser preso, pois foi morto no dia 28 de abril, por conta de dívida com o tráfico de drogas.
A primeira pessoa presa foi Robson Procópio dos Santos, no dia 30 de junho, durante uma operação realizada em Ponta da Fruta, Vila Velha. Os policiais continuaram as diligências e prenderam Deosdete Uliana Cristo, 44 anos, no dia 13 de julho, em Conceição do Castelo, em uma ação que contou com o apoio dos policiais da Delegacia do município.
O irmão dele, Adil Uliana Cristo, 42 anos, foi preso no dia 16 de julho, no pedágio de Guarapari. Na época da prisão, os acusados disseram que o crime teria sido motivado por causa de um desentendimento entre a vítima e um dos acusados.
As investigações sobre o homicídio continuaram após as prisões dos três suspeitos. No dia 17 de julho, a Polícia prendeu Antônio Sávio Ventorin, 46 anos, cunhado da vítima e apontado como mandante do crime. Ele foi identificado após o segundo depoimento de Deosdete Cristo, quando o suspeito disse que o homicídio não foi motivado por uma briga de trânsito e que a história foi inventada para encobrir o verdadeiro culpado.
Com a detenção do cunhado da vítima, os investigadores conseguiram prender o empresário Waldir José Pazinato, 52 anos. Ele teria emprestado R$ 10 mil a Antônio para que ele arranjasse um executor para assassinar o produtor rural.
O empresário deu o dinheiro e um revólver calibre 38 para o Antônio matar o produtor. Ele procurou o Deosdete que, junto com o irmão, foram atrás dos executores, entregaram a arma e parte do dinheiro. Inclusive, o resultado de balística desse revólver 38, apreendido pela polícia, deu positivo para as munições encontradas no corpo da vítima, ressaltou o delegado.
Indiciados e outros inquéritos abertos
De acordo com José Lopes, todos os envolvidos na morte de Carlos Iraciano Comarela foram indiciados por homicídio qualificado. Contudo, segundo o delegado, três dos acusados também vão responder por outros crimes:
– Robson Procópio dos Santos: O acusado também foi indiciado por roubo qualificado porque roubou o celular da filha da vítima e porte ilegal de arma de fogo. Além disso, ele também responderá processo por tráfico de entorpecentes e posse ilegal de armas, pois estava com drogas e armado, no dia em que foi preso.
– Antônio Sávio Ventorin: Além de ser indiciado por homicídio qualificado, ele também responderá processo por posse ilegal de arma de fogo.
– Deosdete Uliana Cristo: Outro inquérito foi aberto contra ele, já que em sua casa, em Afonso Cláudio, também foram encontradas armas, explosivos e um carro clonado, que havia sido roubado em 2005, em Vila Velha, e estava com placa fria.