Diabetes: doença não tem cura, mas a maioria dos casos pode ser evitada

Nos últimos cinco anos, o Espírito Santo tem registrado uma média de 2,5 mil internações por causa do diabetes mellitus, que se manifesta nos tipos 1 e 2, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde. O tipo 2 representa mais de 90% dos casos da doença no país, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), e é o único que pode ser prevenido.

A endocrinologista Sabrina Ribeiro França, do Centro Regional de Especialidades (CRE) Metropolitano, explica que o diabetes tipo 2 ocorre porque a insulina produzida pelo pâncreas não consegue agir de forma adequada e o organismo entende que esse hormônio está em falta.

Então, continua a médica, o corpo estimula a produção de mais insulina. Com o passar do tempo, de tanto produzir o hormônio, as células do pâncreas passam a se deteriorar e vão à falência. Como não existe recuperação para essas células, o paciente precisa tomar insulina para garantir o controle da concentração de açúcar no sangue.

Segundo a endocrinologista, o diabetes tipo 2 acontece normalmente em adultos, mas tem sido observado cada vez mais na infância e na juventude, principalmente por causa do aumento da obesidade e do sedentarismo em todas as faixas etárias.

Esses, aliás, são os principais fatores de risco para o diabetes tipo 2. Isso significa que a adoção de hábitos saudáveis, como uma boa alimentação e a prática de atividade física regular, reduz as chances de aparecimento da doença. Mas a médica enfatiza que em alguns casos o histórico familiar, ou seja, a genética, fala mais alto. Por isso, pessoas que têm avós, tios ou pais com diabetes devem se cuidar ainda mais.

“Se a pessoa cultiva bons hábitos alimentares e faz exercícios físicos constantemente, a tendência é que ela não desenvolva a doença”, afirma a endocrinologista, alertando que o diabetes é uma doença silenciosa, crônica e progressiva.

A médica ressalta que não existe cura para o diabetes e, uma vez acometida pela doença, a pessoa terá que fazer o controle medicamentoso e comportamental pelo resto da vida.

Os efeitos

O diabetes pode gerar complicações que causam cegueira, infarto, derrame e até amputação de membros. A idade, segundo a endocrinologista Sabrina Ribeiro França, também é um fator de risco para o aparecimento da doença. Porém, dependendo do histórico familiar, a pessoa pode desenvolver diabetes mais cedo.

“Hoje, temos visto homens entre 40 e 50 anos tendo morte súbita por doença cardiovascular em decorrência de diabetes. Em alguns casos, a pessoa tem diabetes e não sabe, por isso é importante fazer o check-up regularmente”, comenta a médica.

Sobre o diabetes tipo 1

Ao contrário do diabetes tipo 2, o tipo 1 da doença não tem como ser prevenido, pois trata-se de uma doença autoimune. Ela ocorre porque as células do pâncreas, que produzem insulina, são reconhecidas pelas células de defesa do organismo como um corpo estranho e acabam sendo destruídas.

No diabetes tipo 2, não há destruição das células do pâncreas. Elas vão à falência por exaustão. Já no tipo 1, as células são destruídas, e é por isso, segundo a endocrinologista, que o paciente precisa fazer a reposição desse hormônio logo no início do tratamento.

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