Redação FMZ
No último domingo (11), duas adolescentes, de 13 e 14 anos, morreram afogadas numa lagoa em Conceição do Castelo. E essa ocorrência é comum no Brasil, que tem o maior índice de mortes por afogamentos da América Latina. Um estudo da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, referente ao ano de 2016, mostrou que, no país, uma pessoa morre afogada a cada 91 minutos, totalizando 16 óbitos por dia e 5.840 anualmente.
O número de homens vítimas de afogamento é 6,8 vezes maior do que o de mulheres, segundo a pesquisa, que revelou também que 47% das mortes são de vítimas de até 29 anos e que 75% dos casos acontecem em rios e represas. O estudo levou em conta informações do Datasus, o sistema de informática do Sistema Único de Saúde.
Para evitar afogamentos, é preciso estar atento a algumas dicas para uso de rios, lagos, represas e cachoeiras, feitas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo.
Rios – os principais perigos são as pedras no seu leito, lama, galhos e troncos, além dos diversos comportamentos da massa de água (corrente laminar, remansos, ondas estacionárias, turbulências, refluxos e caos), todos implicando em sérios riscos àqueles que não agirem com prudência.
Lagos/lagoas/represas – são corpos de água geralmente calmas, que se alteram basicamente em função do vento. Essa condição é “convidativa” para atitudes mais ousadas, levando o banhista desavisado a ir mais fundo. Nessa condição, as alterações bruscas de profundidade provocam a perda de contato com o fundo e, em seguida, o pânico.
Outro problema é o uso de boias. Por estar apoiado num desses artifícios o banhista passa a não ver na profundidade um problema, mas qualquer descuido pode fazer com que perca contato com a boia, se distancie dela e entre em pânico.
Cachoeiras – uma atitude que é causa de muitos acidentes são os saltos. O salto por si só, já é um perigo devido à desaceleração brusca que ocorre ao tocar a água, podendo levar a lesões de órgãos internos. Outra situação é o choque contra o fundo, contra pedras ou qualquer outro obstáculo que possa estar “invisível”. Cair ao tentar escalar as cachoeiras também é algo recorrente e que leva a graves consequências.
Além dos perigos acima citados, a queda d’água provoca correntes irregulares, verticais e horizontais, que tornam quase que impossível sobreviver após se ver envolvido por elas.
Então, vale a pena apresentar algumas dicas para que você não seja a próxima vítima:
1. Afogamentos também ocorrem com quem sabe nadar. Não confie demasiadamente em suas habilidades. Faça sempre a opção por atitudes mais seguras;
2. Evite entrar na água logo após as refeições ou sob o efeito de bebidas alcóolicas ou de qualquer outra substância psicoativa;
3. Opte por locais que possuam guarda-vidas. Oriente-se com esses profissionais e pela sinalização local. Na dúvida, não se arrisque.
4. Não use boias de qualquer espécie para se divertir;
5. Mantenhas as crianças sob vigilância permanente;
6. Não salte em rios, lagos, cachoeiras e represas. Entre devagar na água e se limite a uma profundidade segura;
7. Se for apanhado por uma correnteza, nade a favor dela e em direção à margem mais próxima. Nadar contra a correnteza só irá consumir sua resistência. Se a correnteza não permitir que você nade, siga com ela, com os pés à frente do corpo para evitar que a cabeça ou o corpo se choquem contra obstáculos;
8. Se estiver numa situação extrema de risco, procure manter a calma, procure flutuar e chamar a atenção de quem estiver próximo;
9. Não se sinta envergonhado de usar coletes salva-vidas, mas use equipamento certificado pelos órgãos competentes;
10. Ao presenciar um afogamento, mantenha-se calmo e chame a atenção de quem estiver próximo. Lance uma corda, uma boia ou uma vara para tentar trazer a vítima para um local seguro. O resgate corpo a corpo só deve ser feito com total domínio das técnicas, pois pode acarretar na morte de quem se propõe a salvar a vítima.
Com informações do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo
Foto: Ascom CBM ES