As empresas Tristão completaram, nessa terça-feira (23), 75 anos de uma história ligada ao café. Hoje com escritórios no exterior e fortalecendo a qualidade de café entre os produtores das montanhas capixabas por meio do concurso Cafuso UCC, os Tristão são exemplo de sucesso entre empresas de gestão familiar do mercado. É considerada a empresa brasileira líder em exportação de café verde.
A história remonta à década de 30 começa, sob o impacto da grande depressão mundial, cujas consequências atingem profundamente o café, mola propulsora da economia brasileira. Nesse cenário que, em 1935, José Ribeiro Tristão chega à cidade de Afonso Cláudio, no Espírito Santo, para abrir uma loja que teria o nome de seu pai, comerciante em Minas Gerais: a casa Misael, berço das Empresas Tristão.
José percebe que o café poderia funcionar como moeda, pagando as mercadorias vendidas por sua loja e aposta no produto como instrumento para expansão de suas atividades comerciais.
Na década de 50, o café se converte no principal negócio da Tristão, superando os bazares. O próximo passo seria a exportação do produto. Em abril de 1960, através do porto de Vitória é feito o primeiro embarque.
Em resposta aos desafios propostos aos produtores de café e empresários locais pelo Plano de Recuperação Econômica do Espírito Santo, em 1967, a Tristão parte para a construção de uma fábrica de café solúvel, arrojado empreendimento, utilizando como matéria-prima o café conilon capixaba.
Em 1971, o Estado colhe os primeiros frutos desse Plano nos campos agrícola e industrial. É inaugurada a Realcafé Solúvel do Brasil, incentivando extensivos plantios de café conilon no norte capixaba, apoiados pelos governos estadual e federal.
A geada de 1975 alteraria o perfil da economia cafeeira, conferindo importância cada vez maior aos mercados futuros de Londres e Nova York, levando algumas empresas exportadoras à internacionalização.
A Tristão se posiciona diante do novo cenário com a abertura da filial de Londres, em 1977. Esse audacioso passo muito contribuiu para que a Tristão alcançasse o topo da lista dos exportadores brasileiros de café em 1978.
A expansão dos negócios no exterior prossegue com a abertura da filial de Nova York, em 1981, ampliando as importações de café de outros continentes.
Marcada pela vigência do Acordo Internacional do Café, a década de 80 foi palco de profundas alterações em todo o segmento de café no âmbito mundial. Os empresários do ramo se depararam com novos desafios. A Tristão consegue se manter como a única empresa brasileira com estatura internacional.
Em 1987, Jônice Tristão dá início ao processo sucessório, passando o controle das empresas operadoras de café verde no Brasil e no Exterior a seus filhos: Ronaldo, Sérgio e Ricardo.
A partir de 1988, os irmãos Ronaldo e Ricardo passaram a deter o controle acionário da Tristão UK em Londres, da Tristão Trading Inc em Nova York e da Tristão Trading Panamá, com sede na Ilha de Man UK.
A Sérgio Tristão coube o controle acionário das operações no Brasil, através da Tristão Cia de Comércio Exterior e da Triscafé de Armazéns Gerais.
A Divisão Industrial, representada pela Realcafé Solúvel do Brasil, permaneceu sob o comando do Sr. Jônice Tristão até o ano 2000, quando foi adquirida pela Tristão Cia. de Comércio Exterior, que passou a controlar todas as operações de café no país.
* Com informações do site das empresas Tristão