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Escola cria eleição para ensinar política e cidadania a estudantes

Projeto envolveu alunos de todo o ensino médio – Foto: Valdinei Guimarães

* Valdinei Guimarães

valdinei@radiofmz.com.br

O segundo turno das eleições acontece no próximo domingo (26), quando serão eleitos governadores de alguns estados e o presidente da República. Porém, na Escola Fioravante Caliman, em Venda Nova do Imigrante, o calendário eleitoral é diferente. Um projeto desenvolvido por professores de três disciplinas mobiliza alunos do ensino médio em uma eleição própria com direito a candidatos, campanha eleitoral, movimentos sociais e até debates.

Candidatos apresentaram propostas aos alunos nessa sexta-feira (17) – Foto: Valdinei Guimarães

A ideia de criar uma eleição dentro da escola foi da professora Margareth Maia. Para aplicar os conteúdos de cidadania, democracia e política para estudantes do segundo ano, ela decidiu mobilizar os alunos. “Nós estamos vivendo um momento muito grave de desinteresse dos estudantes no ensino médio. Então, pensamos em trabalhar dessa forma para não ficar uma coisa maçante e motivá-los a se interessar pela matéria e socializar com a escola toda”, conta Margareth.

Para colocar o projeto em prática, os professores de geografia e história também se empenharam. As turmas do segundo ano montaram os partidos, com candidatos a todos os cargos eletivos. Os estudantes dos outros anos ficaram responsáveis por votar e organizar os movimentos sociais, que vão fazer reivindicações. Os candidatos devem propor ações para melhorar o dia a dia dos alunos.

Os alunos também debateram as propostas e questionaram a viabilidade de algumas delas – Foto: Valdinei Guimarães

Na última sexta-feira (17), eles lançaram a campanha para a escola. Os alunos de todo o ensino médio se reuniram na quadra de esportes do colégio para ouvir os candidatos. Nas pautas dos partidos imaginários, estavam propostas de todo o tipo. Algumas relacionadas à saúde, como a instalação de armários para os estudantes não precisarem carregar o peso dos livros, e outras ligadas à educação, como a criação de uma rádio no colégio e descontos nas fotocópias de apostilas. Ainda havia aquelas que defendiam o lazer, como a liberação do uso de aparelhos celulares no horário do recreio.

Mais do que levantar sugestões de melhorias, o projeto ajuda os estudantes a entenderem melhor o processo democrático e político no Brasil. “Mudou meu modo de ver como os candidatos agem durante a campanha e as propostas que apresentam”, conta o estudante Diego Berude (17), que participa do projeto como candidato a presidente.

Daniel vai votar em quem tiver as melhores propostas – Foto: Valdinei Guimarães

Para quem vai votar, as eleições fictícias preparam para o exercício da cidadania. “Não vou escolher meu candidato pela amizade, mas sim pelas propostas. Esse trabalho me ajudou a ver como funciona a política fora da escola. Agora me interesso mais pelas eleições de verdade, porque conheço melhor como elas funcionam”, conta o estudante Daniel Ferreira (16).

Nesta terça-feira (21), os alunos vão lançar os movimentos sociais no colégio. A eleição está prevista para acontecer no início de novembro. Uma urna eletrônica de verdade será usada na votação. A intenção dos professores é tornar o processo o mais real possível. “Isso é fantástico porque, em vez de o aluno ficar sentado em uma cadeira, ele vive a cidadania e participa dela. Eu acredito que, depois disso, eles terão conhecimento, senso crítico e embasamento muito maiores”, defende a professora de geografia do projeto, Elianete de Mesquita.

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