Especial cafés de qualidade

Por Leandro Fidelis

A conquista de valiosos prêmios em concursos de qualidade estimula cada vez mais a produção de grãos especiais entre os cafeicultores das montanhas capixabas. Basta um vizinho, amigo ou parente ficar entre os primeiros que no ano seguinte a participação aumenta.

Ainda é assim que muitos produtores se convencem. Antes de apostar, é preciso ver para crer. Nas cinco edições do Prêmio Cafuso UCC, cinco cafeicultores fecharam o ano com R$ 20 mil na conta. Dinheiro que possibilita mais investimentos na propriedade para continuar produzindo com qualidade.

Esta é, entretanto, a preocupação de todos. “O produtor de café não pode anular o seu trabalho por causa dos concursos. Estes foram criados em reconhecimento ao trabalho. O mais importante é fazer um bom café”, sublinha Antônio Carnielli, de Venda Nova, um dos pioneiros em qualidade, da família campeã da 1ª edição do Cafuso.

Qualificar os grãos para transformá-los em bebida agradável ao paladar dos degustadores do júri e, posteriormente, do mercado mundial requer dedicação. Aliás, muita dedicação. Se antes o agricultor tinha o hábito de levantar e dormir cedo, hoje já não pode se dar este luxo. “Na época da colheita, começo às 5h no terreiro e vou até às 23h despolpando. Tive até que largar a cozinha com a nora para dar conta”, diz Dona Lina Laus Braga, 71 anos, o braço direito do filho Francisco, vencedor do Cafuso em 2003.

Histórias de sucesso como estas podem soar pedantes, mas ilustram uma nova era na agricultura familiar. Uma época em que é possível ver futuro na atividade, cheia de altos e baixos. Os investimentos em equipamentos ainda são altos, ao mesmo tempo em que surgem linhas de financiamento com juros baixos e os municípios, através de suas prefeituras, apóiam com maquinários de uso coletivo. Tudo para trazer o pequeno produtor ao mundo da qualidade de café e, por que não, de vida.

A Pronova tem sido importante neste processo tanto como centro de informação como de atendimento. Ali, os produtores contam com técnicos treinados para preparar suas amostras para os concursos, além de estrutura para ter o café torrado, moído, embalado e rotulado, prontinho para as prateleiras.

Sem contar a inclusão da Cooperativa no Programa de Certificação e Rastreabilidade do Café, que passou a valorizar ainda mais produto e propriedade de origem garantida com um selo de qualidade nos padrões do mercado mundial.

Conheça nas próximas reportagens as experiências de gente que ama a cafeicultura, busca qualidade a qualquer custo e não esconde os truques para se obter um grão digno de premiação nos concursos. Elas foram publicadas na 2º edição do jornal “Agricultura Cooperativa”, informativo mensal da Pronova.

* Publicada em 27/11/2006

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