Espírito Santo terá tecnologia para combate ao Aedes aegypti

O Espírito Santo será o primeiro estado do Brasil a implantar um monitoramento inteligente contra o Aedes aegypti em todos os municípios. O sistema trará mais rapidez no acesso às informações sobre a infestação do mosquito e a circulação dos vírus da dengue, da zika e da chikungunya nas cidades e reduzirá a transmissão de doenças transmitidas pelo Aedes.

 

O investimento é de R$ R$ 3,2 milhões, por ano, e o sistema foi lançado na última quarta-feira (25), em uma solenidade no Palácio Anchieta. Pelo sistema, serão instaladas 7.323 armadilhas para mosquitos adultos e um sistema de gestão inteligente via web. Com isso, as cidades vão gerar mapas e identificar, em menos tempo, a quantidade de Aedes aegypti presente no ambiente bem como o vírus circulante no local.

 

As armadilhas serão instaladas em locais de fácil acesso e maior concentração de pessoas, como igrejas, unidades de saúde, hospitais, rodoviárias, centros comunitários, escolas e imóveis de pessoas com histórico de bom acesso às vistorias dos agentes comunitários de endemias.

 

Durante as vistorias, o agente vai verificar as armadilhas para identificar o Aedes aegypti. Se houver a presença do mosquito no local, o agente registrará a informação no mapa de infestação, em tempo real, por meio de um smartphone. Atualmente, este mapa leva cerca de dois a quatro meses para ser concluído.

 

"Estamos dando um passo importante e utilizando a inovação para melhorar esse enfrentamento ao mosquito, que é responsável pela transmissão de doenças tão graves. Também estamos reunidos para unir conhecimentos sobre a febre amarela silvestre”, destacou o governador, Paulo Hartung.

 

Para o secretário estadual de Saúde, Ricardo de Oliveira, o sistema vai gerar vários benefícios. “Os municípios poderão direcionar a equipe para onde está o problema, além de poder saber com antecedência de quatro a oito semanas que uma das doenças transmitidas pelo mosquito poderá atingir o ser humano”, destacou.

 

Ele acrescentou que o investimento é estadual, mas terá as seguintes contrapartidas dos municípios: realizar monitoramento das armadilhas; analisar as informações fornecidas pelo sistema; tomar as ações necessárias para eliminar os focos. “Hoje, isso já é feito pelas prefeituras, o que vai mudar é que seremos comunicados que essas ações foram realizadas. É essa parceria que vai produzir o resultado. A informação orientará a ação para o combate ao mosquito.”

 

 

Monitoramento

O monitoramento inteligente e preventivo será implantado nos 78 municípios. Dezesseis foram escolhidos para realizar monitoramento padrão em 100% de sua área urbana: Serra, Vila Velha, Cariacica, Vitória, Guarapari, Cachoeiro de Itapemirim, São Mateus, Linhares, Aracruz, Colatina, Viana, Nova Venécia, Baixo Guandu, Piúma, Pedro Canário, Marataízes.

 

Para essa escolha, foram levados em consideração alguns critérios, como municípios com mais de 100 mil habitantes, histórico de maior incidência de casos de dengue e áreas urbanas maiores que 3 km² ou que possam ser colocadas 50 armadilhas, uma exigência da metodologia. Os demais 62 municípios receberão o monitoramento sentinela, com a implantação de 10 armadilhas.

 

Participaram da solenidade prefeitos, secretários municipais de saúde, equipe do Governo, o presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, Hércules Silveira, a presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems-ES), Andreia Passamani, e representantes da sociedade civil organizada.

 

Benefícios

Após o mosquito ser recolhido, ele será encaminhado para análise, o que permitirá saber qual o vírus presente nele. O mapa de circulação do vírus em mosquito ficará pronto em sete dias. Hoje, o mapeamento da circulação viral, feito somente em humanos, leva de um a dois meses.

 

Com essas informações, os municípios poderão direcionar as ações de combate ao mosquito com mais agilidade de acordo com as necessidades demandadas pelo monitoramento, entre elas a eliminação de depósitos que possam acumular água, aplicação de inseticida utilizando fumacê ou equipamentos portáteis para bloqueio de casos.

 

Mas, mesmo com o novo sistema, é preciso que a população faça a sua parte para eliminar os criadouros do Aedes aegypti em suas casas. Garrafas vazias, vasos e pratos de planta correspondem a 27,8% dos depósitos de água parada, seguidos por calhas e ralos, 23,2%; tonéis, tambores e barris, 21,96%; e caixas d’água, 6,66%.

 

Febre Amarela

Durante a solenidade, o governador, Paulo Hartung, também falou sobre a febre amarela. Ele informou que o Estado pediu ao Ministério da Saúde, 1,5 milhão de vacinas e já recebeu o primeiro lote. Há a previsão de chegada do segundo e terceiro lotes. “Precisamos agir com muito equilíbrio, exercendo a liderança de forma equilibrada e orientando a população", disse.

 

Dados

Entre 1º e 14 de janeiro de 2017, foram notificados 566 casos de dengue no Espírito Santo. No mesmo período, a taxa de incidência da doença no Estado ficou em 14,24.

 

Em relação à zika foram notificados, neste mesmo período, 17 casos. Os municípios que apresentam casos de zika confirmados são Alto Rio Novo, Aracruz, Barra de São Francisco, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Colatina, Domingos Martins, Fundão, Guarapari, Iconha, Irupi, Itaguaçu, Itarana, Iúna, Mantenópolis, Marataízes, Marechal Floriano, Mucurici, Muniz Freire, Nova Venécia, Pinheiros, Presidente Kennedy, Santa Teresa, São José do Calçado, Serra, Sooretama, Viana, Vila Velha e Vitória.

 

A Sesa também informa que foram notificados, entre 1º e 14 de janeiro de 2017, 28 casos de chikungunya. Há registro de circulação do vírus em onze municípios: Aracruz, Afonso Cláudio, Cariacica, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Guarapari, Guaçuí, Montanha, Vila Velha, Vitória e Serra.

 

Dicas de prevenção

– Escolha um dia fixo na semana e repita sempre no mesmo dia a eliminação dos focos;

 

– Mantenha fechadas as tampas de vasos sanitários e de ralos pouco usados, como os de áreas de serviço e de lazer;

 

– Se for viajar, feche também os ralos dos banheiros e a tampa dos vasos sanitários;

 

– Mantenha o quintal sempre limpo, jogando fora o que não é utilizado;

 

– Deixe o quintal sempre bem varrido, eliminando recipientes que possam acumular água, como tampinha de garrafa, folhas, sacolas plásticas etc.;

 

– Tampe tonéis, caixas d’água e qualquer tipo de recipiente que possa reservar água;

 

– Certifique-se de que as lonas de cobertura estejam bem esticadas para não haver acúmulo de água;

 

– Não deixe acumular água nos pratos de plantas;

 

– Mantenha a bandeja que fica atrás da geladeira limpa e sem água;

 

– Coloque garrafas vazias de cabeça para baixo;

 

– Se por algum motivo tiver pneus no quintal, mantenha-os secos e abrigue-os em local coberto ou descarte-os corretamente se não tiverem utilidade;

 

– Escove bem as bordas dos recipientes (vasilha de água e comida de animais, pratos de plantas, tonéis, caixas d’água) e mantenha-os sempre limpos;

 

– Antes de viajar, tire a água dos pratos de plantas e guarde a vasilha de água e de comida de animais de estimação.

 

Foto da capa: Reprodução Internet

 

Fonte e foto interna: Ascom/Sesa – texto adaptado

Confira mais Notícias

Cuidados com a saúde mental em tempos de popularização dos jogos on-line

Unidade de Saúde da Vila da Mata terá novo horário de funcionamento até o fim do ano

Multivacinação para menores de 15 anos em Venda Nova a partir de segunda-feira (4)

‘Novembro azul’: a importância do homem estar presente na Atenção Primária à Saúde

ES amplia mamografia de rastreamento a todas mulheres a partir dos 40 anos

Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves realiza captação de órgãos

Saúde

Venda Nova implanta aplicativo para facilitar agendamentos de consultas médicas

Saúde

Como proteger a saúde pulmonar diante da fumaça de áreas de queimadas