Estado intensifica ações para produção sustentável da cachaça

A vinhaça da cachaça, hoje um resíduo prejudicial ao meio ambiente, principalmente para o solo e para os corpos d’água, pode se tornar uma aliada da agricultura. O segredo é uso da tecnologia certa para o processo de produção e destilação, que pode fazer do resíduo um excelente adubo para lavouras comerciais e pastagens. Por isso, o Governo do Estado inicia nesta quinta-feira (12) uma nova frente de trabalho para o uso correto da vinhaça.

Em evento agendado para as 10 horas, na sede do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), com a presença de alambiqueiros e associações de produtores e técnicos do segmento, será assinado um Termo de Cooperação Técnica entre o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), o Incaper, o Instituto Estadual de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) e o Serviço Nacional da Micro e Pequena Empresa (Sebrae).

Os produtores de cachaça que já fazem o uso correto dos resíduos da cana-de-açúcar irão apresentar os seus resultados promissores a partir do uso da vinhaça em lavouras.

A vinhaça é o resíduo gerado no processo de destilação do caldo de cana-de-açúcar (garapa) fermentado, para a obtenção do álcool/cachaça. Para cada litro de álcool produzido, 13 litros de vinhaça são deixados como resíduo.

Em função de sua riqueza em matéria orgânica, a vinhaça apresenta elevado índice de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), caracterizando-se em material poluente quando descartado em cursos d´água. Apesar disso, ela pode ser aproveitada na lavoura como fonte alternativa de fertilizantes.

De acordo com o diretor técnico do Iema, Aladim Cerqueira, a medida envolve tantos os produtores em regularização quanto os clandestinos. “Só no Iema são mais de 100 processos de licenciamento de alambiques, e o maior entrave para os empreendedores é a gestão do resíduo. Nós vamos unir forças para fazer com que as informações cheguem aos alambiqueiros da forma mais objetiva possível e com assistência técnica. Por outro lado, também será cobrada a adequação e intensificada a fiscalização dos alambiques”.

Alambique

Segundo o diretor-presidente do Incaper, Gilmar Dadalto, a integração dos esforços dos órgãos para a promoção do uso eficiente da vinhaça em atividades agrícolas significa oferecer uma solução concreta para a destinação correta desse resíduo. “Ao juntarmos tecnologia, assistência técnica, acompanhamento e adequação do processo produtivo, a função do Estado se completa, frisou.

O doutor em solos e nutrição de plantas do Incaper, Aureliano Nogueira da Costa – que vem desenvolvendo tecnologias para destinação correta de resíduos diversos – estará à frente das pesquisas e explica: “serão elaborados estudos para identificação das áreas e a quantidade recomendada de vinhaça para cada cultura agrícola, sem que comprometa o meio ambiente”, ressalta.

* Fonte: Assessoria Incaper

Confira mais Notícias

RuralturES 2025 terá Seminário de Vinhos de Inverno com lançamento de zoneamento para cultivo de uvas

RuralturES 2025 abre inscrições para expositores de turismo rural, gastronomia e cultura

Agro capixaba mantém estabilidade nas exportações em 2025

RuralturES 2025 expande estrutura e promete edição histórica de 14 a 17 de agosto

Pesquisa apresenta diagnóstico da produção e do processamento de uva no ES

Governo do ES vai impulsionar agroindústrias e empreendimentos rurais e da pesca

Edição 2025 da RuralturES já tem data definida

Feira da Agricultura Familiar de Venda Nova retorna nesta sexta-feira (17)