Um grupo de estudantes fez uma passeata na tarde desta quarta-feira (15) pelas ruas de Venda Nova do Imigrante. O protesto é contra o corte de verbas para a Educação, anunciado pelo governo federal no final de abril. O trânsito não foi alterado pelo movimento. As ações acontecem em todo o país por conta do contingenciamento de gastos da ordem de R$ 1,7 bi.
Nas redes sociais, há muita polêmica envolvendo o assunto. Se por um lado, parte dos internautas apontam como legítimas as manifestações, por outro, há quem aponte interesses de grupos políticos contrários ao governo atual.
O percentual a ser congelado também gera polêmica. Há várias postagens mostrando que os cortes chegarão a cerca de 30% do orçamento das instituições, no entanto, esse percentual é falso. Na prática, o bloqueio do total orçamentário será de 3,43%. Levando em conta apenas as despesas chamadas discricionárias (água, luz e terceirizados), o percentual chega aos 24,84%. A Andifes (associação dos reitores das universidades federais) diz que é o maior contingenciamento desde 2014, quando também ocorreram cortes.
O corte, segundo o governo, foi aplicado sobre gastos não obrigatórios, como água, luz, terceirizados, obras, equipamentos e realização de pesquisas. Despesas obrigatórias, como assistência estudantil e pagamento de salários e aposentadorias, não foram afetadas.
O orçamento aprovado para todas as 63 universidades federais em 2019 é de R$ 49,621 bilhões. Desse total, o pagamento de salários (despesas de pessoal) vai consumir R$ 42,3 bilhões, o que representa 85,34%. Já as despesas discricionárias somam R$ 6,9 bilhões (13,83%), e outros R$ 400 milhões (0,83%) são provenientes de emendas parlamentares.