Fernanda Zandonadi
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João Paulo Reginatto, que era jogador de futebol e hoje se dedica à faculdade, conversa com a voz embargada pelas lágrimas. O jovem, que morava em Venda Nova do Imigrante até o início deste ano, conta que, em janeiro, mudou-se para Chapecó, onde a família mantém um comércio próximo ao estádio do clube.
Emocionado ao dar a entrevista, João Paulo conta que conhecia muitos dos jogadores e dirigentes que morreram na madrugada desta terça-feira (29), após a queda do voo que levava a equipe para a final da Copa Sul-Americana, que aconteceria na noite desta quarta-feira (30), em Medellín, na Colômbia.
"Temos um comércio em Chapecó e conhecemos muitas pessoas. A cidade e os moradores nos acolheram muito bem e agora estão de luto. Neste momento, há centenas de pessoas no estádio, todas rezando. Só peço a todos de Venda Nova orações para esse momento tão difícil que passam os familiares e toda a cidade. É muito triste. Alguns dos jogadores eram clientes nossos, os filhos deles estavam por aqui todos os dias. É muito triste. Chapecó estava vivendo um sonho. Agora, virou um pesadelo".
A tragédia
A polícia colombiana confirmou que 76 pessoas que estavam a bordo do avião que levava o time da Chapecoense morreram no acidente ocorrido nesta madrugada (29). As informações são da agência Ansa. O avião tinha 81 pessoas a bordo, sendo 72 passageiros e nove tripulantes.
Entre as pessoas que estavam na aeronave, havia jogadores, dirigentes esportivos e jornalistas. O avião era um British Aerospace 146, gerenciado pela companhia boliviana Lamia.
Ele teria desaparecido do radar e feito um pouso forçado, devido a uma falha elétrica, em Cerro Gordo, nas proximidades da cidade de La Unión. Fontes locais dizem que a aeronave estava a apenas cinco minutos de voo do aeroporto mais próximo, mas o piloto decidiu arriscar o pouso antes.
Ele teria, inclusive, esvaziado os tanques de combustível para evitar uma explosão. O avião, que havia decolado de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, tinha como destino final o município colombiano de Medellín, onde a Chapecoense disputaria as finais da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, na noite desta quarta-feira (30).
Com informações da EBC
Foto: reprodução/Twitter