Familías capixabas estão menores

No Espírito Santo, as famílias estão reduzindo de tamanho e o número médio de filhos até 15 anos apresenta redução em todas as classes sociais. Os dados são do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), com base nas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, relativa ao ano de 2008.

De acordo com a pesquisa, o arranjo da família capixaba com maior proporção é de casal com um filho (23%). As famílias com até dois filhos representam 18,6%, e de casais sem filho, 15,9%. Houve uma significativa redução na proporção de casais com 3 filhos, que caiu de 16,7%, em 2003, para 11,6%, em 2008.

Nos 10% da população com rendimentos mais baixos, o número médio de filhos caiu de 2,8, em 2001, para 2,4, em 2008, enquanto que na parcela de 10% da população com rendimentos mais elevados, o número de filhos reduziu de 0,6, em 2001, para 0,4 em 2008.

“A associação de fatores como a redução do número médio de filhos, observada ora pela renda, ora pelos arranjos familiares, bem como os impactos positivos sobre a qualidade da densidade dos domicílios do Estado, sugerem o encaminhamento de uma mudança estrutural que se processa ao longo dos últimos anos. Os dados apontam para a queda da natalidade e do número de pessoas por domicílio”, disse Ana Paula Vescovi, diretora-presidente do Instituo Jones dos Santos.

No subconjunto formado por arranjos familiares pobres foi observada uma maior proporção de casais com 3 ou mais filhos (27,7%), seguidos por casais com 2 filhos (24,6%) e pelos solteiros com 2 ou mais filhos (17,4%). Na comparação com 2007, é importante salientar a redução de 7,2 pontos percentuais na proporção de casais com 3 ou mais filhos.

Vida melhor

O Espírito Santo apresentou tendência de queda na proporção de domicílios com densidade inadequada, cujos dormitórios abrigam mais de duas pessoas. Em 2001, 15,7% dos domicílios capixabas foram considerados de densidade inadequada, enquanto que em 2008 este percentual caiu para 8,3%.

Em todo o período de análise, o Espírito Santo manteve-se em melhor posição em relação à média do Sudeste e do Brasil e adicionalmente obteve a maior variação percentual (-47,1%).

O que é a Pnad?

A Pnad é realizada anualmente pelo IBGE. A pesquisa levanta dados sobre habitação, rendimento e trabalho, associados a aspectos demográficos e educacionais. Com periodicidade variável, o instituto também realiza pesquisas suplementares, em que verifica assuntos de caráter demográfico, social e econômico.

A ‘era’ do filho único

A opção consciente do casal em ter um só filho é fruto da preocupação cada vez mais forte de que os pais têm de dar conforto financeiro e atenção às crianças. Para o autônomo Renato Fernandes Rangel, 47, a situação financeira foi preponderante no planejamento do casal. Após se casar com a auxiliar de laboratório Carmelita Maria Perovano Rangel, 48, o pai da universitária Renata Perovano Rangel, 20, direcionou os recursos financeiros para o futuro da filha. “Não tenho estimativas de gastos com a saúde, alimentação e educação, mas, se há um segundo filho, as despesas podem dobrar, apesar da possibilidade de reaproveitar alguns itens”, afirmou.

Carmelita Perovano ressaltou que procurou se aperfeiçoar e se estabilizar no emprego antes da gravidez. “Investi em meus estudos e na minha profissão antes de pensar em ter filho. Além disso, com um filho apenas, conseguimos investir alto em uma educação de boa qualidade e dar mais atenção à nossa filha. Mas nada de forma exagerada”.

Para o casal, os pais devem tomar certas precauções quando decidem ter um só filho. “Deixá-lo frequentar a casa dos amigos é importante para que ele conviva com a diversidade. Nós, pais, devemos saber domar nossas próprias inseguranças e tomar cuidado para não extrapolar nas cobranças”, afirmou Renato.

Nesse contexto, os pais de Maria Eduarda Intra Pestana, 3 , não poupam investimentos no futuro da filha. ”Cada um tem o seu emprego, a sua rotina. A vida é muito agitada, por isso no tempo que temos livre procuramos dedicar a ela”, afirmou o comerciante Eduardo Pestana, 27, pai de Eduarda. Segundo ele, com um filho apenas o casal se sente mais seguro e tranquilo para organizar a vida em família. “Nos dias atuais, conciliar casa, família e trabalho é complicado. Com mais um filho, dificilmente teríamos essa estrutura estabilizada que temos com um só”, acrescentou.

Para a servidora pública Lareza Intra, 23, mãe de Maria Eduarda, o aumento dos casais que optam por apenas um filho tem relação principalmente com a quebra dos padrões tradicionais da sociedade. “Hoje, ao contrário de 30 anos atrás, a mulher tem meios eficazes para decidir quantos filhos quer ter. Além disso, a mulher do século XXI tem outros desejos além da vida familiar”, afirmou.

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