O crime ocorreu em Monforte Frio, na zona rural. José Carlos Gonçalves, 45, teve um filho assassinado nesta mesma localidade no ano passado
* Leandro Fidelis
O agropecuarista José Carlos Gonçalves, 45 anos, foi morto com quatro tiros numa estrada vicinal em Monforte Frio, zona rural de Conceição do Castelo, por volta das 15 horas desta segunda (17). Ele estava na casa do irmão, a 22 quilômetros da sede do município, onde de acordo com relatos de testemunhas dois homens que estavam num carro desceram e atiraram.
Os tiros de revólver calibre 38 acertaram a cabeça e o tórax do agropecuarista. Ele foi socorrido por um funcionário da fazenda e morreu a caminho do hospital da cidade. Um morador teria visto um carro de cor escura com carroceria se aproximar do fazendeiro, mas não conseguiu identificar os assassinos.
O delegado Carlos Henrique Simões disse que ainda não tem suspeitos. Ficou difícil rondar a área por causa da forte chuva. Por isso não refizemos o possível trajeto dos assassinos até a localidade, disse. No entanto, descartou qualquer ligação do crime com o assassinato do seu filho Gladstone Carlos Gonçalves, 17, em julho de 2007 na mesma localidade.
A polícia investiga o envolvimento de José Carlos em um homicídio em Muniz Freire e em um seqüestro na capital e vai trabalhar encima disso para desvendar o crime. Várias pessoas foram ouvidas nesta terça-feira.
José Carlos morava na localidade de Escritório, zona rural de Muniz Freire, onde criava gado. Na última segunda-feira, ele passou no Centro de Conceição para comprar medicamentos veterinários e deixá-los na casa do irmão, Luiz Paulo Gonçalves, o Luiz do Toti, em Monforte Frio. A polícia soube que dois homens estiveram na casa de José Carlos a procura do agropecuarista.
Em Escritório, José Carlos era uma pessoa muito participativa. Ele era muito querido na comunidade. Nunca teve problemas com ninguém. Estamos todos muito tristes, disse a professora Elisabete Aparecida Reis, 47, cunhada da vítima.
Amigo há mais de 30 anos, o produtor rural Jerônimo Viganor, 54, está bastante abalado. A dor é grande. Só quero que os culpados sejam descobertos.
Estive com ele minutos antes dele ser morto. Ainda corremos da chuva e ficamos um bom tempo conversando no centro da cidade. Acabei saindo na frente para casa, também em Monforte Frio, e ele ficou para trás. Meia hora depois de chegar, soube do crime. Estou inconformado, disse o lavrador Lúcio Guimarães, 47, criado junto com o fazendeiro.
O corpo do fazendeiro foi velado na sede da Associação de Moradores do bairro Nicolau de Vargas, em Conceição. Durante todo o dia, centenas de pessoas compareceram. O corpo foi sepultado na tarde desta terça no cemitério municipal.