* Valdinei Guimarães
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Eles são quase anônimos e ficam escondidos atrás de paredes e cortinas durante toda a Festa da Polenta em Venda Nova do Imigrante, mas fazem um trabalho essencial para que o evento aconteça. São os voluntários da cozinha, que passam horas temperando, fritando e deixando os alimentos prontos para o público. São cerca de 100 pessoas divididas em várias equipes, que trabalham como em uma orquestra.
Francisco (de boné branco),Mário (ao centro) e os colegas preparam a linguiça e o frango – Foto: Valdinei Guimarães |
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Cada time faz um tipo de serviço. Enquanto alguns voluntários cortam a linguiça em pedaços e temperam o frango, outros cuidam da fritura dos alimentos. Há, ainda, os que preparam os molhos, cozinham o macarrão e montam o prato final, que será servido por outras pessoas. O mecânico Francisco Faé (64) e o comerciante Mário Falqueto (52) são dois dos voluntários da cozinha. “Meu trabalho é temperar os pedaços frango e deixá-los prontos para serem fritos. Eles já vêm cortados, então a gente descongela, tira os pedaços de pele e tempera”, explica Francisco, que trabalha na festa desde a primeira edição.
O serviço não é pouco. Para o almoço típico deste sábado (11) e de amanhã, os cerca de 15 voluntários da equipe da linguiça e do frango temperaram 1.700 quilos da ave. Só para hoje, foi cortada quase uma tonelada de linguiça. O modelo de trabalho que divide os voluntários em pequenas equipes tem dado certo. “Cada grupo cuida de uma coisa, mas temos uma coordenadora que orienta todos nós. Assim funciona melhor”, explica Mário.
Márcio (à frente) e Leomar fazem a fritura da linguiça e do frango – Foto: Valdinei Guimarães |
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Depois de temperados, os pedaços de frango vão para a equipe em que trabalha o suinocultor Márcio Henrique Falqueto (47), que cuida da fritura. Antes de o almoço típico começar a ser servido neste sábado, ele e os colegas já tinham fritado cerca de 450 quilos de frango. “Fritamos 25 quilos por vez por 40 minutos em média. Porém, a quantidade ainda é pouca. Poderíamos fritar muito mais em cada rodada”, explica Márcio. O volume maior de alimentos preparados e consumidos acontece no domingo. “Para amanhã, a gente precisa fritar de três a quatro vezes mais do que hoje, porque mais pessoas vêm para a festa”, comenta o colega de Márcio, o marteleteiro Leomar Falqueto (46).
Analete e outras voluntárias misturam os ingredientes para o molho da polenta – Foto: Valdinei Guimarães |
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Em outro setor da cozinha, acontece o preparo do molho que é servido juntamente com a polenta. A aposentada Analete Zandonadi (68) é uma das seis pessoas que combinam os ingredientes até que o molho, feito em fogão à lenha, esteja no ponto. “Aqui, cozinhamos o tomate e depois acrescentamos carne moída, sal, manteiga, cebola, alho e vinho até ficar pronto”, conta Analete, que é voluntária há 18 anos.
Quando estão preparados, os alimentos que compõem o almoço típico vão para uma espécie de linha de montagem. Lá, outro time de voluntários coloca todos eles em bandejas, que são fechadas e entregues ao público. Aí, o visitante só precisa pegar os talheres, distribuídos por outras duas pessoas, e saborear o prato.
Depois de prontos, os alimentos vão para a montagem do prato típico – Foto: Valdinei Guimarães |
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Ronise e a família vieram de Minas Gerais e aprovaram a comida – Foto: Valdinei Guimarães |
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A turista Ronise Menezes de Souza (38) veio com a família, de Aimorés, em Minas Gerais, só para participar da festa. Ela aprovou o sabor dos pratos feitos na cozinha. “Nós experimentamos um pouquinho de cada para conhecer o sabor de todos. Gostamos muito”, garante Ronise. O prato típico da Festa da Polenta custa R$ 18 e é servido sempre às 11h dos sábados e domingos de festa.