Festas juninas e Copa aumentam preocupação com queimaduras

Junho é o mês em que começam as festas caipiras e, nesse ano, a Copa do Mundo. É o momento em que muitas pessoas se descuidam na atenção com as queimaduras. Por isso, aumenta a preocupação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) em chamar a atenção da população para adotar medidas de prevenção desse tipo de acidente, que atinge principalmente crianças na faixa de seis anos de idade.

 

Segundo o cirurgião plástico da Sesa, Ricardo Baptista, quase todos os casos de acidentes envolvendo queimaduras poderiam ser evitados com medidas preventivas. Ele observa que, em média, de cada dez casos que chegam ao Hospital Estadual Infantil de Vitória – referência pediátrica nesse tipo de atendimento – oito ocorrem dentro de casa. A cozinha é o local de maior risco.

 

Dados da Sesa apontam que 55% das crianças se queimam com líquido quente (mingau, leite, gordura); 25% com álcool líquido e outros 20% com fogos de artifício, corrente elétrica, entre outros. “Um minuto de distração é suficiente para promover uma queimadura de grande porte, que, além de dor e tratamento longo, pode gerar um forte trauma psicológico na criança”, alerta o cirurgião plástico.

Baptista chama a atenção dos pais para adotarem cuidados básicos para evitar acidentes com as crianças nessa época do ano. “As crianças precisam ser mantidas sob vigilância e entretidas com atividades próprias para a idade enquanto as mães cozinham ou os pais assistem aos jogos de futebol, por exemplo. Não se descuidem. Se a criança engatinha, cubram as tomadas para evitar que ela coloque o dedo ou enfie um objeto e leve um choque”, orienta o cirurgião.

 

As crianças maiores também não escapam das orientações. Em tempo de Copa do Mundo, festa junina e comemorações todo cuidado é pouco para evitar acidentes com fogos de artifício, queimaduras em churrasqueiras ou na rede elétrica. “Os pais têm um papel fundamental na orientação dos filhos e precisam estar atentos para alertar sobre os riscos durante as brincadeiras”, ressaltou.

 

Ricardo Baptista orienta, ainda, que, em caso de acidente, as pessoas não devem tentar tratar a queimadura em casa, sem orientação médica, porque isso pode complicar o caso. A dica é sempre buscar um serviço de saúde. “Não se deve passar nada no ferimento. No máximo, lavar com água corrente, sem esfregar, e procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo de sua casa”.

 

Queimaduras em números

 

São 350 acidentes com queimaduras por ano, em média

80% das queimaduras em crianças ocorrem dentro de casa

 

Faixa etária

55% ocorrem com crianças até seis anos de idade

15%, dos sete aos nove anos de idade

 

Partes do corpo mais atingidas

Face e tórax (peito e barriga), seguida de membros superiores (braços e mãos) e inferiores (pernas e pés).

 

Os principais agentes causadores

55% por líquido quente como leite, mingau, óleo, café, entre outros

25% álcool líquido

20% por explosão de gás, choque elétrico, fogos de artifício, fogueira, dentre outros

 

É fácil prevenir

 

– Crianças devem ficar longe do fogão, de preferência fora da cozinha quando a mãe estiver cozinhando. Os pais devem ficar atentos às atividades dos filhos.

– Os cabos das panelas devem ser virados para a parte de dentro do fogão e, se for ferver ou fritar algum alimento, é preferível usar as bocas do fundo do fogão. Isso diminui o risco de a criança esbarrar nas panelas.

– As tomadas devem ser tapadas e os fios desencapados e os famosos “gatos” evitados, pois podem ser a causa de incêndios e curtos-circuitos.

– Materiais inflamáveis devem ser mantidos à distância das crianças ou, de preferência, evitados pelos pais. É preferível trocar o álcool líquido pelo mesmo produto em gel, pois este é menos inflamável.

– As crianças devem ser orientadas durante as brincadeiras. Por exemplo, não devem soltar pipas perto de fios de alta tensão porque, além de causar queimaduras muito graves, pode levar a pessoa à morte. Os campos abertos e sem postes são os locais adequados para isso.

– Manter a torneira do gás fechada quando o fogão não estiver sendo utilizado e, de preferência, colocar a botija de gás do lado de fora.

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