Nas Últimas semanas ,os principais veículos de comunicação têm mostrado que o consumidor está comprando o frango congelado com excesso de água. Em certos casos, até 50% do peso do produto é água com tempero. A Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (Aves), afirma que conhece essa prática há alguns anos. Além dos consumidores, os avicultores capixabas também são prejudicados.
O presidente da Aves, Antonio Venturini, lembra que há pelo menos cinco anos a Associação denunciou o caso ao Ministério da Agricultura e ao Procon, mas nada foi feito. Na época todos pensavam que estávamos querendo barrar a entrada de frango de outros estados, mas a verdade é que sabíamos que grandes empresas nacionais injetavam mais de 50% de água nos frangos, quando o permitido era apenas 8%, informou.
Venturini disse ainda que no ano de 2003 a Aves realizou uma pesquisa onde ficou comprovado o excesso de água. Na época foram recolhidas 17 marcas de frango, que estavam a venda no mercado e todas apresentaram o problema. A preocupação da Associação é que os produtores de frango do Estado estão deixando de colocar mais carne no mercado, fazendo ainda com que o produto fique mais caro para o consumidor final.
De acordo com o secretário executivo da Aves, Nélio Hand, as amostras foram encaminhas para um laboratório oficial no Rio Grande do Sul, mas o resultado não foi divulgado. Não entendemos o motivo do laboratório não divulgar os resultados. Todas as marcas foram reprovadas na época, informou Hand
O produtor poderia estar vendendo maior volume de produto e o consumidor pagando por um produto real e não levando gato por lebre se não fosse essa prática desleal. A produção capixaba pode crescer se esse problema for resolvido. Temos que deixar bem claro que o produtor capixaba nada tem haver com esse problema. Muito pelo contrário, é o primeiro a ser prejudicado, afirma Venturini.
O presidente da Associação informou que a partir do momento em que a Aves tomou conhecimento do excesso de água com tempero que estava sendo injetado nos frangos, a entidade começou a se pronunciar em defesa do produtor capixaba. Mas, segundo ele, após ameaças de representantes de grandes empresas nacionais, o assunto deixou de ser debatido.
Nós alertamos o Ministério da Agricultura, o Imetro e o Procon, mas ninguém nos ouvia. Um dia recebi uma ligação de um representante de uma grande empresa nacional de abate. Ele falou que era para pararmos de denunciar, pois isso poderia nos prejudicar. Nos sentimos vencidos, desabafa Venturini.
* Fonte: Assessoria AVES