Frio e seco: baixa umidade do inverno pode prejudicar sua saúde

 

Uma das características típicas do inverno brasileiro é o predomínio de ar seco no interior do país, dificultando a ocorrência de chuvas. No Sul, Sudeste e em parte do Centro-Oeste, até ocorrem chuvas, por vezes intensas e passageiras, por causa da passagem de sistemas frontais. Em seguida à passagem de uma frente fria, é muito comum que uma massa de ar mais frio e seco perdure por alguns dias, novamente dificultando a ocorrência de chuva. Assim, de modo geral, na maior parte do Brasil inverno é sinônimo de tempo seco.
 

Impactos na saúde
 

O ar seco causa incômodo nos olhos, nariz, lábios e no trato respiratório, por ressecar as mucosas. Mucosas ressecadas são mais sensíveis e ficam sujeitas a irritações, principalmente se as coçarmos, são mais suscetíveis a micro feridas, que facilitam a penetração de vírus e bactérias que podem desenvolver infecções de intensidades variadas. Além disso, a maioria dos vírus e bactérias sobrevive por mais tempo em ambiente seco.

 

 

Doenças comuns
 

Por isso, no inverno, o contágio de gripes e resfriados é mais comum. Com o ar seco, infecções oportunistas também são mais comuns, como conjuntivites. As doenças alérgicas do trato respiratório também são facilitadas e ambientes mais poeirentos incomodam bastante o nariz e os olhos. Com temperaturas mais elevadas e ar bastante seco, perde-se maior quantidade de líquidos pela transpiração. Desta forma, ao praticar atividades físicas em ambientes secos o risco de desidratação é elevado, causando variações na pressão sanguínea, variação do ritmo cardiorrespiratório, eventuais dores de cabeça e, em casos mais severos, disenteria, desmaios, etc.

 
Baixa umidade do ar
 

Em ambientes com baixa umidade relativa do ar e alta incidência de luz solar, não só a dispersão de poluentes é dificultada, piorando a qualidade do ar, mas algumas substâncias químicas interagem com a luz do sol e se convertem em ozônio, um gás extremamente tóxico e que agrava quadros de irritação na pele e nas mucosas. Pessoas imunodeprimidas, geralmente as que fazem tratamento contra câncer ou que se recuperam de cirurgias, são bastante sensíveis aos efeitos nocivos do ozônio troposférico (este que se forma aqui perto da superfície, por causa da poluição e da luz do sol em ambientes secos. É diferente do ozônio estratosférico, que fica há vários quilômetros de altura e nos protege da radiação solar).
 

 

Dicas para se prevenir
 

– Para se precaver dos efeitos nocivos à saúde provocados pela baixa umidade relativa do ar é necessário se hidratar bem, através da ingestão de líquidos, principalmente ao praticar exercícios físicos a céu aberto.

 

– Umidifique os olhos com colírios umectantes, sobretudo se estiver usando lentes de contato. Usar umectantes labiais também ajuda.

 

– Evite se expor a ambientes assim tão secos, sobretudo para pessoas imunodeprimidas ou com histórico de complicações respiratórias.

 

– Aumente a ventilação dos ambientes fechados, para dificultar a transmissão de patógenos por via aérea. Há aparelhos umidificadores de ar, que se usados adequadamente, conforme as instruções de fábrica, também deixam um ambiente fechado mais confortável e relativamente mais "seguro". No entanto, é bom evitar a disposição de recipientes com água pela casa, especialmente próximo a tecidos e espumas (como colchões e travesseiros), porque conforme a noite avança, as temperaturas frequentemente declinam rapidamente e, então, a umidade do ar se eleva. Com fontes de água líquida por perto, em ambientes fechados, rapidamente a umidade relativa do ar naquele local fica próxima ao ponto de saturação, o que favorece a dispersão de fungos e bolores, cujos prejuízos à saúde são tão ou mais severos do que os causados pelo ar mais seco.

 

Em casos de desidratação mais severos, auxílio médico pode ser necessário.

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