Golpe de cartório deixa casais sem união oficializada em Afonso Cláudio

* Por Leandro Fidelis

Festa, igreja, alianças nas mãos, mas na hora de viver o “felizes para sempre” descobrem não estarem casados no papel. Foi o que aconteceu com pelo menos 50 casais na região de Ibicaba, zona rural de Afonso Cláudio, Região Serrana do Estado. Depois de casarem no civil, eles descobriram que o a certidão emitida pelo cartório de Ibicada não tem validade perante a Justiça.

Os “maridos” e “mulheres” procuraram contam que só se deram conta do que eles consideram golpe ao tentar emitir documentos ou ingressar num emprego. Num dos casos, uma mulher pediu o divórcio 20 dias depois de se casar e, ao acionar o advogado, descobriu estar oficialmente solteira.

A maioria dos envolvidos são moradores de São Jorge, distrito de Brejetuba distante 28 km da sede do município. A localidade fica a 8 km do cartório de Ibicaba, o mais próximo para quem quer registrar o matrimônio. A Justiça de Afonso Cláudio já interditou o responsável e o cartório não está mais realizando casamentos.

Nem mesmo o juiz de paz José Coelho de Souza que promoveu boa parte dos casamentos, escapou da confusão. Seus filhos dele casaram-se em 2006 e também estão com a certidão inválida. O juiz de paz diz que desconfiou do problema a partir de 2005.

Simone Ribeiro Gonçalves, atendente de uma padaria, e o “marido”, o funcionário público Edicarlos Gonçalves Ribeiro, ambos com 21 anos, foram os últimos a se casar em Ibicaba antes da Justiça apreender o livro de registros de casamentos. Eles oficializaram a união em 2 de fevereiro deste ano e pagaram R$ 220,00 pela certidão.

“Muita gente sabia do golpe, mas não quis atrapalhar o nosso casamento na igreja. Chegamos a virar alvo de piadas na comunidade. Fui ao Fórum conferir se o casamento estava registrado e descobri estar solteiro ainda. O juiz disse que isto é inédito na região”, conta Edicarlos.

A oficiala do cartório de Ibicaba Magda Mara Cypriano Segal de Barros não foi localizada para falar do assunto. Os casais afirmam que ela disse que só se pronunciará diante do juiz.

Juiz abre processo administrativo

O juiz Alcemir dos Santos Pimentel abriu processo administrativo para apurar o caso. No depoimento prestado ao juiz, a oficiala do cartório teria explicado o que houve problemas na hora da publicação obrigatória dos casamentos nos jornais, os chamados “proclamas”.

A Justiça está investigando o caso e não descarta a possibilidade de realizar os casamentos novamente. O juiz Alcemir dos Santos prometeu se reunir com os casais hoje (quinta-feira) pela manhã na escola de São Jorge para solucionar o problema.

O agricultor Geraldo Hélio, 22, que tem um irmão casado em Ibicaba, quer dizer o “sim” longe do cartório da localidade. Ele está de casamento marcado para setembro deste ano num cartório em Afonso Cláudio para evitar transtornos.

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