* Valdinei Guimarães
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Em busca de alívio para o estresse, da ansiedade ou mesmo para ter um pouco de lazer, muitas pessoas vão em busca de um hobby. São atividades que ajudam a passar o tempo, relaxar e até podem trazer algum lucro, mas o objetivo principal é se divertir. Psicóloga orienta a procurar hobbies de acordo com a afinidade.
A recepcionista Marilza de Carvalho Dada (43) escolheu os quebras-cabeça como forma de lazer. Ela começou a montar as peças por curiosidade, quando ajudou amigas a encaixar cinco mil peças. Depois disso, ela tomou gosto e decidiu comprar um quebra-cabeça de três mil peças. “Eu levei dois meses para terminar porque não parava para montar todos os dias. Tem dias que só encaixo cinco peças, já em outros dias, faço muito mais”, explica a recepcionista.
A ideia de adotar o hobby foi exatamente desestressar. “Às vezes, chego em casa nervosa e isso me ajuda a aliviar a tensão”, releva Marilza. Atualmente, ela está montando um quebra-cabeça de duas mil peças que ganhou dos filhos, que moram na Itália. Quando estiver pronto, a peça revelará uma fotografia dos dois. “Esse vai dar trabalho porque tem muitas peças iguais. Quando eu terminar, vou colocar em uma moldura e pendurar na parede da sala”, planeja a recepcionista.
Já o estudante Raphael Lima (23) encontrou no automodelismo a atividade para fugir da rotina de estudos e provas. Ele começou a praticar a atividade em abril de 2013, quando ganhou um automodelo, como são chamadas as miniaturas de veículos, de presente. Ele passou a gostar da diversão, que é praticamente um esporte. “É um hobby que passa adrenalina pra gente! Mesmo controlando remotamente, é bom acelerar e ver a terra subir. A explosão do motorzinho desses autos é incrível”, conta Raphael.
Os cuidados com o “brinquedo” são tão importantes quanto os exigidos por um carro de verdade. “Eu pratico cerca de uma hora no máximo. Depende também das condições do automodelo. Por exemplo, se o filtro de ar estiver muito sujo é bom parar e limpar, senão entram impurezas no motor e isso pode danificá-lo”, explica o estudante. No Espírito Santo, existe uma associação que promove competições entre os adeptos do automodelismo. Raphael gostaria, mas nunca participou de uma competição. “Ainda não tive oportunidade porque os eventos são sempre nos fins de semana e no ano passado, infelizmente, as datas coincidiram de ser antes de provas durante a semana, aí preferi estudar”, conta ele.
O hobby também pode ser lucrativo. É o caso do artesão José Camata (69). Ele descobriu o talento para criar objetos de madeira quando ainda era criança. “Naquela época, nós mesmos fazíamos nossos próprios brinquedos", conta José. Com o tempo, ele desenvolveu a habilidade e hoje faz várias peças, que vão de brinquedos a utensílios domésticos. A matéria-prima vem de restos de madeira e cada peça é exclusiva. “São peças únicas, cada uma com um detalhe diferente. Eu já recebi proposta de fazer grandes quantidades por encomenda, mas não aceitei. Faço pelo lazer”, revela José, que montou uma oficina com máquinas que ele mesmo construiu.
Alguns dos trabalhos do artesão são quebras-cabeça de madeira, que têm desafios para a mente, como separar dois pregos presos por um elo. Ele também produz brinquedos tradicionais, como o pião e a piorra, uma espécie de pião, mas que possui um dispositivo para lançamento. O neto de José, João Marcos, de quatro anos, já aprende a se divertir com os brinquedos. “Eu dei uma piorra para ele e ele fica brincando com ela por aí”, conta o artesão. José vende as peças na loja da associação de artesãos da qual faz parte, mas o objetivo dele é montar uma loja em casa para comercializar os produtos.
Para quem quer começar a praticar um hobby, a psicóloga Zaira Thezolin orienta a fazer o que dá prazer. "Geralmente o hobby não é uma escolha, é algo que a pessoa já gostava de fazer e que se tornou algo mais frequente. A pessoa pode querer tocar violão, mas se ela não tiver alguma afinidade, pode acabar desistindo", explica Zaira. Para a psicóloga, praticar um hobby ou qualquer atividade de lazer é muito importante. "É um momento que a gente se dá de presente e que nos dedicamos a nós mesmos. Às vezes, achamos que é bobagem ou perda de tempo, mas é um descanso que todo mundo devia ter", acrescenta Zaira.
