Elas estão a um clique. As dietas para curar ou prevenir o câncer estão disponíveis em sites na internet, muitas vezes sem confiabilidade, e nas correntes espalhadas pelo celular.
Durante seu tratamento contra um câncer de pulmão, no ano passado, a bibliotecária Gabriela Leitão conta que recebeu muitas receitas para aliar ao tratamento. Hoje, ela usa o próprio mecanismo para desmentir as informações.
“Muitas vezes, uma coisa que me falaram várias vezes – chá ou suco de graviola, alho cru -, principalmente por WhatsApp e normalmente a gente quando tem diagnóstico… nem sempre essas informações que estão disponíveis na internet são comprovadas.”
O Inca – Instituto Nacional do Câncer – alerta para a confusão que essas informações podem causar. Principalmente quando as receitas incluem dietas restritivas.
Em uma cartilha elaborada pelo instituto, especialistas orientam pacientes a não seguirem as dietas detox, alcalina, low carb e nem a cetogênica, já que ainda não existem evidências científicas de que possuam efeito benéfico durante o tratamento de câncer.
A nutricionista do Inca Gabriela Vilaça alerta que dietas restritivas durante o tratamento contra o câncer podem prejudicar o estado de saúde do paciente. Ela diz que a alimentação saudável e equilibrada, deve ser mantida, mesmo após a cura da doença.
“Dentro do contexto alimentação é importante a gente sempre lembrar que um paciente que já teve câncer, ele deve seguir as mesmas recomendações de prevenção para o câncer que são orientadas para a população saudável: consumir alimentos in natura, minimamente processados – comida de verdade –, retirar os produtos industrializados da alimentação, praticar atividade física, se manter dentro do peso adequado… no controle da doença."
Segundo dados do Inca, o Brasil registrou mais de 852 mil novos casos de câncer, em 2018. Os homens são os mais acometidos pela doença, que atinge principalmente próstata, pulmão e reto.
No caso das mulheres, as áreas mais atingidas pela enfermidade são mama, reto e colo do útero.