Incaper é o vencedor do Prêmio Finep 2009 para a região Sudeste

O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura (Seag), foi o grande vencedor na edição 2009 do Prêmio Finep de Inovação, na categoria “Tecnologia Social”, da região Sudeste. O anúncio da conquista aconteceu na noite desta terça-feira (24), no Rio de Janeiro (RJ). Durante o evento foi anunciado que Vitória sediará a premiação da etapa Sudeste em 2010.

Promovido pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o prêmio é o principal do setor no Brasil e é um instrumento criado para identificar, divulgar e premiar esforços inovadores desenvolvidos e aplicados no território nacional.

O Incaper concorreu com 28 instituições na categoria Tecnologia Social e venceu com o Projeto Cores da Terra – técnica de produção artesanal de tinta, a partir de terras variadas, água e cola. Em segundo lugar ficou a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (RJ), e, em terceiro, a Associação Ebenézer (SP). Ao todo, foram 209 inscrições para a Região Sudeste, de seis categorias.

Esta é a segunda vez que o Incaper vence o Prêmio Finep, considerado o Oscar da inovação. Em 2007, alcançou o primeiro lugar como Instituição de Ciência e Tecnologia da Região Sudeste.

“O Incaper e todos os profissionais que atuam no Instituto estão de parabéns. Vencer o Finep é um mérito invejável e o Incaper o conquista pela segunda vez, em tão pouco tempo. Esse reconhecimento condiz com a importância dos serviços que o Incaper desenvolve junto ao agricultor familiar e pelo incremento do setor agrícola do Espírito Santo”, destaca o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.

Ainda segundo o secretário, é importante destacar como a organização faz diferença. “Desde 2003, o Governo do Estado iniciou um projeto para reestruturar o Incaper, colocando as contas em dia, melhorando a infraestrutura e aumentando o quadro profissional. Os resultados e essas conquistas não vieram por acaso”, completa Bergoli.

Estiveram presentes à solenidade de premiação o presidente do Incaper, Evair Vieira de Melo, a coordenadora do Programa de Agroturismo do Incaper, Maria das Dores Perim, e a coordenadora do Programa de Atividades Não-Agrícolas, Durnedes Maestri – que criaram o Projeto – a chefe de gabinete, Giovana Cotta e o chefe da área de Planejamento, Luciano Fasolo.

“Esse prêmio se confunde com a própria história do Incaper e de seus profissionais. A terra, a matéria-prima do agricultor familiar e a essência do trabalho de pesquisa, assistência técnica e de extensão rural do Incaper possibilitou mais essa oportunidade de sermos reconhecidos nacionalmente. Que nos próximos 50 anos tenhamos a capacidade de consolidar esse pacto do homem com a natureza. O compromisso com a sustentabilidade passa por isso”, destaca o diretor-presidente do Incaper, Evair de Melo.

Agora, os primeiros colocados das categorias Micro/Pequena Empresa; Média Empresa; Grande Empresa; Tecnologia Social; Instituição de Ciência e Tecnologia; e Inventor Inovador, em cada região do Brasil, disputam a etapa nacional, que acontecerá dia 8 de dezembro, em Brasília.

Os vencedores nas etapas regionais e nacional dividirão R$ 29 milhões em financiamentos pré-aprovados pela FINEP. Desse total, R$ 9 milhões serão de recursos não reembolsáveis (que não precisam ser devolvidos) e até R$ 20 milhões em recursos reembolsáveis.

Confira as instituições que concorrem com o Incaper na etapa nacional:

Região Nordeste – Serviço Nacional de Aprendizagem da Bahia (BA)

Região Centro-Oeste – Universidade Católica de Goiás (GO)

Região Norte – Universidade do Estado do Amazonas (AM)

Região Sul – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária/Embrapa Clima Temperado (RS)

O Projeto Cores da Terra

Desenvolvido no Espírito Santo desde 2007, o “Cores da Terra” é uma técnica de obtenção de tintas, a partir de diferentes tipos de terra que, misturada a ingredientes como água, cola e pigmentos de plantas, resulta em tintas de cores e tons variados.

A tecnologia apresenta baixo custo e impacto ambiental e contribui com a sustentabilidade da propriedade rural na atividade do agroturismo. Além de embelezar a paisagem rural, com a pintura de paredes, ainda favorece a melhoria da aparência das habitações rurais, instalações comunitárias e empreendimentos turísticos. Proporciona também uma alternativa de renda, a partir do acabamento de peças decorativas e utilitárias para serem comercializadas (como telas, vasos de flores, objetos decorativos, telhas) e outras atividades que compõem o ambiente.

A técnica é executada nos princípios da Bioarquitetura e Agroecologia. Inicialmente desenvolvida no Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa (MG), foi introduzida no Espírito Santo pela coordenadora do Programa de Agroturismo do Incaper, Maria das Dores Perim, e pela coordenadora do Programa de Atividades Não-Agrícolas, Durnedes Maestri, que criaram o Projeto.

Atualmente, mais de quatro mil pessoas de diversos estados brasileiros já receberam treinamento, entre agricultores, artesãos, professores e estudantes, sendo que o público feminino responde por mais de 70% dos participantes.

Segundo Durnedes Maestri, a técnica representa uma economia superior a 50% em relação aos processos tradicionais. “Este valor é variável em função do preço da cola branca praticado no mercado. O mais interessante é que a técnica ainda se transforma em uma oportunidade de trabalho e renda extra às famílias”.

Já Dores Perim explica que, em relação aos aspectos ambientais, a técnica causa baixo impacto, uma vez que utiliza produtos naturais como terra misturada com água, cola branca – que pode ser substituída pelo grude (polvilho azedo, água e calor) – e também a cal e o óleo de linhaça. “As cores não se encontram no solo, são extraídos de sementes, raízes, cascas, folhas, flores, frutos e pigmentos naturais. Por isso, as tonalidades estão em plena harmonia com a natureza, não causam o impacto visual que pode ocorrer com alguns tons das tintas convencionais. E a retirada da terra para fabricação da tinta é sempre orientada de forma correta, para que não cause degradação do solo”.

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