Os produtores de café robusta do Espírito Santo já podem se inscrever no 1º Concurso Estadual do Conilon de Qualidade. A competição marca os 100 anos da presença desse tipo de café em terras capixabas e visa o incentivo da produção com melhor qualidade. As inscrições vão até o dia 15 de outubro.
O concurso é promovido pelo Governo do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura, e Pesca (Seag) e do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). O lançamento e a abertura das inscrições ocorreram nesta segunda-feira (10), no Centro de Estudos do Agronegócio da empresa Heringer, em Vila Velha.
Estiveram presentes o governador Renato Casagrande, o secretário da Agricultura, Enio Bergoli, o presidente do Incaper, Evair Vieira de Mello, o diretor-presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) em exercício, José Luiz Demoner, o gerente de Relacionamento do segmento Rural do Bandes, Paulo Sérgio Dias Federici, o presidente do Conselho Administrativo da Heringer, Dalton Heringer, o superintendente do Centro de Desenvolvimento Tecnológico do Café, Frederico Daher, deputados estaduais, secretários municipais de Agricultura, outras autoridades, produtores rurais e lideranças locais.
O governador Casagrande destacou a importância do café conilon para os capixabas e os avanços conquistados nos últimos anos. “É bom vermos o profissionalismo dos agricultores e perceber o quanto avançamos na qualidade do produto. Promovemos este concurso contando com algumas parcerias e isso mostra que temos uma base consolidada com produtores que investem em qualidade. O que estamos fazendo com este concurso é incentivá-los ainda mais”.
“Na medida em que se investe na qualidade do café, se aumenta o consumo. O Brasil consumia apenas 20% de conilon do total de café. Hoje, 45% do café consumido no País é de conilon. O objetivo do concurso é identificar e premiar os melhores cafés deste tipo no Estado, dando destaque para os produtores. Com isso, vamos fomentar a produção de café com maior qualidade, incentivar o cafeicultor e ampliar a presença da cafeicultura capixaba no mercado de cafés de alto padrão”, destacou o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.
O concurso
O concurso irá abranger todos os municípios produtores de café conilon do Estado. Para participar, os cafeicultores poderão se inscrever de 10 de setembro a 15 de outubro nas unidades do Incaper, nas Secretarias Municipais de Agricultura, nas cooperativas de café, na Conilon Brasil de Jaguaré e nos representantes da Heringer.
O concurso é dividido em duas categorias, ‘Natural’ e ‘Cereja Descascado’, e o regulamento prevê que o cafeicultor possua um lote entre 10 sacas e 320 sacas de cada amostra inscrita. As amostras serão torradas de acordo com as normas da Specialty Coffee Association of América (SCAA) e a análise sensorial será feita dentro do Protocolo de Degustação de Robustas Finos.
“O café conilon já foi considerado de péssima qualidade, mas percebemos que a produtividade no Espírito Santo tinha potencial. Hoje, existe conilon produzido com qualidade no Estado e este concurso vai ajudar a satisfazer necessidade de divulgação dos produtos”, afirmou o diretor da Conilon Brasil, Adelino Thomazini.
Além da premiação em dinheiro, os cafés conilon premiados serão comercializados com até 20% de ágio no mercado, dependendo do nível de qualidade, pela Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (COOPEAVI) e pela Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel (COOABRIEL).
Premiação
Os melhores cafés conilon do Espírito Santo serão conhecidos no mês de dezembro de 2012. Os cinco melhores em cada categoria vão receber premiação em dinheiro, troféus e produtos dos patrocinadores.
Natural
1º Colocado R$ 7.000,00
2º Colocado R$ 4.000,00
3º Colocado R$ 3.000,00
4º Colocado R$ 2.000,00
5º Colocado R$ 1.000,00
Cereja Descascado
1º Colocado R$ 8.000,00
2º Colocado R$ 6.000,00
3º Colocado R$ 4.000,00
4º Colocado R$ 2.000,00
5º Colocado R$ 1.000,00
Prêmio Café Arábica
Durante o evento, nesta segunda-feira (10), o diretor-presidente do Incaper, Evair Vieira de Melo, apresentou o 12º Prêmio de Qualidade para os Cafés das Montanhas do Espírito Santo, que é realizado em parceria com a Real Café Cafuso, Empresas Tristão, UCC Ueshima Coffee, Sebrae e Bandes. Nele, os finalistas terão, em suas propriedades, auditorias dos critérios socioambientais, que analisarão a rastreabilidade dos cafés, além do uso de fertilizantes e de defensivos agrícolas.
Após as auditorias, o concurso fará as provas sensoriais do café, que equivalem a 80% da nota final. Os dez primeiros colocados receberão certificados de qualidade e prêmios em dinheiro, já os que ficarão entre o 11º e o 30º receberão os certificados de participação.
Se os lotes de cafés, inscritos desde o início das avaliações, estiverem 100% enquadrados nos padrões estabelecidos pelo concurso, serão comprados pela organização do evento, a partir da cotação da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F).
“O prêmio reconhece os melhores produtores de café da variedade arábica, cultivada de forma sustentável nas montanhas capixabas, além de incentivá-los na busca constante da melhoria da qualidade, como meio mais eficaz de conquistar novos mercados e atender à crescente demanda por produtos diferenciados”, explicou Evair Vieira de Melo.
As inscrições vão até o dia 14 de dezembro. Para participar, os cafeicultores podem apresentar as inscrições nas unidades do Incaper e na Cooperativa dos Cafeicultores das Montanhas do Espírito Santo.
Nesta edição serão distribuídos R$ 135 mil em premiação, sendo R$ 20 mil para o grande campeão. Além dos prêmios em dinheiro, os 30 finalistas vão receber ágio na comercialização dos lotes de cafés e todos os premiados terão os lotes exportados para o Japão, para o lançamento de um blend edição especial com a marca Montanhas do Espírito Santo.
A avaliação vai levar em conta a qualidade dos lotes inscritos e as condições socioambientais das propriedades onde o café é produzido, observando a rastreabilidade do café, uso de fertilizantes e defensivos, gestão do solo, colheita e pós colheita, meio ambiente e conservação, gestão de resíduos e saúde e segurança do trabalhador.
Para cada amostra inscrita, o cafeicultor participante deve ter em estoque um lote entre 20 sacas e 320 sacas de café.