Lei Seca na Igreja: bebibas estão proibidas em festas religiosas

* Leandro Fidelis

A partir deste ano, as festas de Venda Nova em homenagem aos padroeiros das comunidades não poderão mais vender bebidas alcoólicas. A Paróquia São Pedro Apóstolo está cumprindo determinação do bispo da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, Dom Célio de Oliveira Goulart, que quer desvincular o consumo de bebidas das festas religiosas. Das 41 paróquias da Diocese, só Venda Nova ainda não havia acatado a decisão.

A medida começou a valer em 14 de fevereiro durante a Festa de São Valentim, em Vargem Grande. O pároco, João Luiz Galvão, está comunicando as lideranças de cada uma das 24 comunidades da Sede e do interior sobre a proibição. De acordo com o padre, não houve resistência até agora.

Nem toda a comunidade católica sabe da mudança. Padre João ainda fará o anúncio oficial durante as missas na Matriz. Quanto à cantarola italiana regada a vinho no bar da Igreja, a popular “Missa das Dez”, logo após a celebração matutina, não está na mira da Diocese, garante o pároco.

De acordo com ele, os próximos meses serão um período de experiência. Em setembro, o bispo virá visitar a paróquia e avaliar o impacto da medida. “Quando a igreja proíbe a venda de bebida alcoólica, quer dizer que não precisa dela na evangelização. Este é o nosso testemunho para não favorecer o que pode se tornar um vício”, diz. “O álcool é uma das causas de destruição do ser humano e da família”, completa o pároco.

Outro ponto positivo com a mudança, avalia padre João, será o surgimento de novos atrativos nas festas religiosas. “A mudança exige criatividade da comunidade na hora de organizar eventos. Sem a bebida, os fiéis vão criar novas atrações para não perder os seus públicos”.

Polêmica

A decisão da Diocese divide opiniões nas comunidades. Para Lúcio Andrião, coordenador do Conselho Pastoral de Vargem Grande, a capela deixou de arrecadar com a venda de bebidas na Festa de São Valentim. “Enquanto nosso bar não vendeu bebida, o público a encontrava a 20 metros dali, em um bar particular, consumindo do mesmo jeito. Festa boa tem que vender de tudo”, defende.

Andrião diz ainda que espera um engajamento maior da Paróquia. “Se a Paróquia quer convencer as comunidades, deveria começar a dar o exemplo, deixando de vender bebida alcóolica após a missa na Matriz”.

Já em Bela Aurora, também na zona rural de Venda Nova, o Conselho de Desenvolvimento Comunitário vê com bons olhos a proibição da venda de bebidas nas festas religiosas. Segundo a coordenadora Delza Fioresi, a comunidade começou a cumprir a decisão do bispo a partir de 3 de fevereiro, na Festa de São Braz.

“A comunidade em si teve boa aceitação, mas algumas pessoas de fora que vieram criticaram. Só vendemos refrigerante e cachorro-quente e mesmo assim o ginásio permaneceu cheio durante as festividades”, destaca Delza.

Para a Festa de São Bento, padroeiro da localidade, que será em 12 de julho, o Conselho ainda não se organizou para adaptar-se à nova regra. No entanto, os membros, a exemplo da comunidade vizinha de Pindobas, pretendem fazer do cachorro-quente um grande atrativo para manter o público fiel.

Confira mais Notícias

Detran- ES alerta para golpe de falsas mensagens de notificação de penalidade

Ifes de Venda Nova lança a revista VNI Em Pauta

Exponoivas e Debutantes nas Montanhas 2024 divulga programação oficial

RuralturES oferece a verdadeira essência do turismo de experiência na Fazenda Pindobas

Passeio ciclístico de Venda Nova será realizado neste domingo, dia 28

Definido calendário do IPVA 2024 para o Espírito Santo

Governo do Espírito Santo anuncia pagamento de abono salarial em dezembro

Procon-ES alerta quanto às armadilhas do verão