Mais dois milhões de brasileiros estão com nome sujo na praça. Veja dicas para sair do vermelho

Mais 2 milhões de brasileiros entraram para a lista de inadimplentes, entre dezembro de 2014 e maio deste ano, de acordo com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) divulgados nesta quarta (10). A alta nos cinco meses do ano chegou a 4,63%. A estimativa é que ao final de maio havia cerca de 56,5 milhões de brasileiros com o CPF negativado no Brasil.

 

Em maio, comparado com o mesmo mês do ano passado, o crescimento ficou em 4,79%. Esse crescimento é o maior desde agosto do ano passado.

 

De acordo com o SPC Brasil, os brasileiros estão com dificuldades para fazer o pagamento até mesmo de contas básicas. O maior avanço no número de dívidas foi causado por atrasos com empresas concessionárias de água e luz, aumento de 13,31%, na comparação anual. Em segundo lugar, estão as dívidas com telefonia, internet e TV por assinatura, com crescimento de 12,02%.

 

A alta no segmento de bancos – com dívidas no cartão de crédito, empréstimos e seguros – chegou a 10,1%. Os bancos são os principais credores dos brasileiros, respondendo por 48,56% do toral de dívidas em atraso.

 

Desemprego

O desemprego, a inflação em alta e a menor confiança levaram mais brasileiros para a lista de inadimplência este ano. A avaliação é da economista do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Marcela Kawauti. “Temos uma inadimplência que avança e isso traz preocupações para nosso setor do varejo. Quando tenho um cliente inadimplente, tenho um cliente fora do universo de compras”, acrescentou o presidente da Câmara Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Honório Pinheiro.Com a alta dos preços, a economista destaca que o “cobertor está mais curto”. “A alta da inadimplência de maio é focada nas dívidas entre 90 e 180 dias [de atraso]. Bem naquele período que os brasileiros gastam mais: Natal, imposto, matrículas escolares. O brasileiro está ficando cada vez mais inadimplente”, disse. 

 

De acordo com o SPC Brasil, os brasileiros estão com dificuldades para fazer o pagamento até mesmo de contas básicas. O maior avanço no número de dívidas foi causado por atrasos com empresas concessionárias de água e luz, aumento de 13,31%, na comparação anual. Em segundo lugar, estão as dívidas com telefonia, internet e TV por assinatura, com crescimento de 12,02%.

 

A alta no segmento de bancos, com dívidas no cartão de crédito, empréstimos e seguros, ficou em 10,1%. Os bancos são os principais credores dos brasileiros, respondendo por 48,56% do total de dívidas em atraso.

 

Já no comércio, houve queda de 0,29% na inadimplência em maio, comparado com o mesmo mês de 2014. Segundo Pinheiro, o comércio oferece formas de pagamento mais seguras, como cartão de crédito (recebimento garantido ao lojista), à vista e carnês. Além disso, há consulta a serviços de proteção ao crédito. “O comércio de cidade menores conhece muito bem o seu cliente”, acrescentou a economista do SPC Brasil.

A economista destacou ainda que o cartão de crédito é o principal meio de pagamento que leva o consumidor à inadimplência. “Tem alta taxa de uso e também de inadimplência. Em vez de pedir o crédito do comércio, paga no cartão de crédito” disse. Ela acrescentou que quatro em cada 10 brasileiros não sabem qual é o limite do cartão e 96% não conhecem a taxa de juros, que costuma ser muito alta.

 

Neste mês, mesmo com o Dia dos Namorados, o setor varejista não espera por melhora no cenário devido à conjuntura econômica. “Neste ano, os namorados vão ficar sem presente ou com um presente um pouco mais barato, 52% dos brasileiros vão gastar menos este ano, em relação ao ano passado”, disse.

 

Para sair do vermelho

Se as finanças saíram do controle, a hora é de parar e analisar friamente os gastos da família. O site Dinheirama dá algumas dicas para sair do vermelho. Confira:

1. Não utilize o cartão de crédito por algum tempo

Muita gente lida com o cartão de crédito como se o crédito fosse sinônimo de dinheiro grátis. Quando enfrentamos uma realidade de dívida crescente, a facilidade de compra da ferramenta pode ser uma tentação difícil de lidar.  Hoje, com as facilidades de comprar pela internet, a ideia de deixar o cartão em casa já não é tão eficaz, então o melhor é abandonar o seu uso por algum tempo, para não colocar tudo a perder em um momento de descontrole. O crédito oferecido por meio do cartão possui a mais alta taxa de juros cobrada do consumidor, em muitos casos atingindo mais de 200% ao ano. Isso significa que uma dívida não paga nesta modalidade pode dobrar em pouco mais de 6 meses. Se você não sabe lidar com o crédito, melhor não usá-lo.

2. Abandone o cheque especial

Muita gente ainda usa o cheque especial como complemento de renda, sacando ou fazendo pagamentos considerando o limite extra da conta como se fosse seu próprio dinheiro. Cabe lembrar que, assim como o cartão de crédito, os juros dessa modalidade de crédito são bem altos. Ao liberar a linha de crédito, o banco quer que você a utilize e passe a pagar juros, taxas e tarifas por isso – o crédito é liberado automaticamente quando você fica sem saldo e passar a usar o limite. Se estiver pendurado no cheque especial, tome rapidamente um empréstimo mais barato (consignado ou CDC, por exemplo), cubra o cheque especial e ajuste seu orçamento para não precisar mais usá-lo. Ah, sim, e peça para o gerente do banco retirar esse limite ou deixá-lo o menor possível.

3. Seja mais organizado e disciplinado
A maior parte dos endividados apresenta características bem interessantes: não se percebe o hábito de anotar as receitas e despesas e, quando começa a fazê-lo, não tem a disciplina necessária para tornar essa atividade um hábito.  Contabilidade mental é um convite ao erro. Ao confiar decisões importantes apenas nas lembranças, abre-se uma porta para o consumo por impulso e sem limites. A importância dos registros e da disciplina para mantê-los atualizados é simples: a qualquer momento você pode consultar sua real situação financeira.   Atente para o fato de que planilhas e sistemas são ferramentas. Ou seja, mais importante do que como controlar (que ferramenta usar) é sua disposição em fazê-lo, com disciplina, organização e interesse.

4. Crie o hábito de ler mais sobre finanças
É normal que em momentos de dificuldades existe um interesse maior por determinados assuntos. Aproveite a situação para transformar esse interesse genuíno pelo tema em um novo hábito. Ao reconhecer o problema financeiro, é provável que você procure, seja em livros ou na Internet, dicas e sugestões para lidar com a questão. Por que não agir assim mesmo quando não existirem dívidas? Por que não manter uma leitura diária sobre o tema para entender melhor sobre nossa economia e como aproveitar para investir melhor, por exemplo? Hoje no Brasil temos grande autores que fazem um excelente trabalho pelos temas relacionados à educação financeira, investimentos e economia. Na internet, você vai encontrar muito conteúdo gratuito de qualidade. Valorize também os livros, que são resultado de um trabalho de pesquisa e edição. 

5. Tenha sempre objetivos em mente
Quanto estamos endividados ou passando por problemas familiares, é comum perdermos o foco. Parece que boa parte do que tentamos fazer simplesmente não dá certo. Nesse momento, vale a dica simples de “manter os pés no chão” e fixar-se em objetivos claros.  Se você está trabalhando para acabar com suas dívidas que estão fora de controle, não faz muito sentido separar uma parte do dinheiro para investir. Não agora. Muito cuidado com as falsas oportunidades: resista sempre à tentação das ofertas mirabolantes de enriquecimento que aparecerão nessa hora.  Com objetivos definidos e respeitados, suas ações durante a crise terão caráter temporário e serão pautadas pelo que você quer e precisa fazer. Isso dá tranquilidade para não se deixar levar pelas ofertas e pela pressão dos outros (a expectativa social pode ser fatal nessas horas). 

 

Fontes: Dinheirama e Agência Brasil

Foto de capa: reprodução internet

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