Os capixabas irão conhecer neste sábado (03) os melhores cafeicultores de arábica da região Serrana do Estado. Em sua 11ª edição, o Prêmio de Qualidade para os Cafés das Montanhas do Espírito Santo vai oferecer, no total, mais de R$ 50 mil aos vencedores, em solenidade no município de Venda Nova do Imigrante. Desde a primeira fase, foram inscritas 761 amostras de café. Destas, 55 conquistaram uma melhor aprovação e disputam a etapa final. O resultado e a entrega dos prêmios serão realizados no Clube Recreativo Venda Nova (Creven), às 17 horas.
O concurso é uma iniciativa da Real Café Cafuso, Empresas Tristão, em parceria com a UCC Ueshima Coffee, Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Sebrae e Bandes, além de coordenação da Cooperativa dos Cafeicultores das Montanhas do Espírito Santo (Pronova). Os produtores classificados cultivam o café em 16 municípios capixabas. Além dos aspectos sensoriais, como sabor, corpo e aroma, também são levados em consideração alguns critérios como as boas práticas voltadas para preservação dos recursos naturais presentes nas propriedades competidoras.
Os dez primeiros colocados receberão certificados de qualidade e prêmios em dinheiro. O décimo, nono e oitavo lugares receberão R$ 1 mil, o sétimo colocado receberá R$2 mil, o sexto R$ 3 mil, o quinto, R$ 4 mil e o quarto lugar receberá do concurso o prêmio no valor de R$ 5 mil reais. Serão entregues R$ 10 mil para o terceiro lugar, R$ 15 mil para o segundo, e R$ 20 mil para o primeiro lugar.
Durante o período de avaliação dos participantes, as propriedades competidoras receberam auditorias dos critérios socioambientais, em que foram analisadas a rastreabilidade dos cafés, o uso de fertilizantes e de defensivos agrícolas, além da análise da gestão do solo, colheita e pós-colheita. A segurança e a saúde do trabalhador também contaram nesta etapa, que equivale a 20% da nota final dos cafés. Após as auditorias, o concurso promoveu as provas sensoriais, que representaram 80% da nota final.
Segundo Evair Vieira de Melo, diretor-presidente do Incaper, o concurso reconhece o trabalho dos produtores que atuam de forma sustentável nas montanhas capixabas. “Também é uma maneira de incentivá-los na busca constante da melhoria da qualidade, como meio mais eficaz de conquistar novos mercados e atender à crescente demanda por produtos diferenciados”, explica.
O diretor-presidente acrescenta que a adoção de tecnologias no campo, como opção de agregar valor ao produto e reduzir o impacto ambiental nas propriedades, teve papel fundamental nos bons resultados obtidos pelos participantes do concurso. “Somos o Estado com a maior produtividade de café do Brasil e isso é fruto das várias tecnologias aplicadas à produção de café no Espírito Santo, aliadas à competência dos nossos cafeicultores. Quanto mais tecnologias tivermos no campo, mais qualidade teremos no grão e melhores cafés representarão a cafeicultura capixaba no exigente mercado atual”, afirma.
Para o vencedor da edição de 2008, José Antônio Debone, cafeicultor de Castelo, o prêmio resultou em melhorias na sua lavoura: “Fizemos investimentos na propriedade e bens para nossa família. Ficamos felizes e mais unidos. Capricharemos mais nos próximos anos para produzir café de qualidade”, ressalta.
Os lotes de cafés inscritos desde o início das avaliações foram comercializados com o Grupo Tristão, a partir de negociação feita pela Pronova. Ao todo, foram enviadas 13 mil sacas à organização do evento, sendo que apenas duas mil ainda estão em processo de venda. Antes da entrega do prêmio, os finalistas vão participar do Seminário Sócio-Econômico-Ambiental. As palestras serão realizadas nesta sexta-feira (02) e têm como objetivo difundir as experiências de empresas e cafeicultores consagrados, para aprimorar a cafeicultura da região.