Um total de 1.614.551 pessoas, ou quase metade da população residente no Espírito Santo, deverá receber a vacina contra a Influenza Pandêmica (H1N1) chamada anteriormente de Influenza A (H1N1) e popularmente conhecida como gripe suína. A primeira etapa de vacinação será realizada entre a próxima segunda-feira (08) e o dia 21 de março. A vacinação abrangerá oito grupos prioritários.
O objetivo da ação, segundo o secretário de Estado da Saúde, Anselmo Tozi, não é evitar a disseminação do vírus, que já está presente em 212 países, mas manter os serviços de saúde funcionando e reduzir o número de casos graves e óbitos. Diferentemente do ano passado, temos agora uma estratégia de prevenção, que é a vacina. A imunização dos grupos prioritários poderá ajudar a proteger toda a população. Este é um grande desafio, mas estamos contando com a colaboração de todos os cidadãos, afirma.
A Organização Mundial de Saúde reitera que não foi descartado o alerta para a pandemia da doença. A imunização faz parte da estratégia nacional de enfrentamento da segunda onda da pandemia do Ministério da Saúde (MS) e será realizada em cinco etapas:
Primeira etapa (de 08 a 19 de março)
– Trabalhadores da área da saúde envolvidos na resposta à pandemia. Serão vacinados os profissionais que atuam diretamente no enfrentamento da doença:
* Da atenção básica Estratégia Saúde da Família e unidades de saúde;
* Das unidades de média e alta complexidade que atendem pacientes suspeitos de (H1N1);
* Das vigilâncias epidemiológicas que atuam na investigação de casos (médicos, enfermeiros, recepcionistas, pessoal de limpeza e segurança, motoristas de ambulância, equipes de laboratório e profissionais que atuam na investigação epidemiológica);
– População indígena que vive em aldeias (será realizada em parceria com a Fundação Nacional de Saúde).
Segunda etapa de 22 de março a 02 de abril
– Grávidas em qualquer período de gestação (mulheres que engravidarem após 02 de abril poderão ser vacinadas nas demais etapas da campanha).
– Pessoas (menores de 59 anos) com problemas crônicos (veja lista abaixo).*
– Crianças de seis meses a dois anos (a dose será tomada em duas etapas, meia dose de cada vez, em um intervalo de 30 dias).**
* Em casos de crianças menores de nove anos, a vacina será tomada também em duas etapas, meia dose de cada vez, em intervalo de 30 dias.
** A vacina pode ser administrada em conjunto com outras vacinas em qualquer intervalo de tempo.
Terceira etapa de 05 a 23 de abril
– Adultos saudáveis de 20 a 29 anos.
Quarta etapa de 24 a 07 de maio
– Idosos (maiores de 60 anos) com problemas crônicos (veja lista abaixo).
Quinta etapa de 10 a 21 de maio
Adultos saudáveis de 30 a 39 anos.
Campanha de Vacinação do Idoso
A quinta e última etapa vai coincidir com a campanha anual de vacinação contra a gripe comum. Nesse período, os idosos serão imunizados para a influenza sazonal, como todos os anos.
E se tiverem doenças crônicas, receberão também a vacina contra a gripe pandêmica. A estratégia foi elaborada de forma que a população dessa faixa etária se dirija aos locais de vacinação apenas uma vez.
Doenças crônicas para vacinação
* Obesidade grau 3 – antiga obesidade mórbida (crianças; adolescentes e adultos);
* Doenças respiratórias crônicas desde a infância (fibrose cística, displasia broncopulmonar);
* Asmáticos (formas graves);
* Doença pulmonar obstrutiva crônica e outras doenças crônicas com insuficiência respiratória;
* Doença neuromuscular com comprometimento da função respiratória (distrofia neuromuscular);
* Imunodeprimidos (pacientes em tratamento para Aids e câncer ou portadores de doenças que debilitam o sistema imunológico);
* Diabetes;
* Doença hepática (atresia biliar, cirrose, hepatite crônica com alteração da função hepática e/ou terapêutica antiviral);
* Doença renal (insuficiência renal crônica, principalmente em pacientes com diálise);
* Doença hematológica (hemoglobinopatias);
* Pacientes menores de 18 anos com terapêutica contínua com salicilatos (doença reumática autoimune, doença de Kawasaki);
* Portadores da Síndrome Clínica de Insuficiência Cardíaca;
* Portadores de cardiopatia estrutural com repercussão clínica e/ou hemodinâmica (hipertensão arterial pulmonar, valvulopatias, cardiopatia isquêmica com disfunção ventricular).
Definição dos grupos prioritários
Segundo o Ministério da Saúde, a vacinação de grupos prioritários segue parâmetros da OMS, que recomenda a imunização de trabalhadores de serviços de saúde, indígenas, gestantes e pessoas com doenças crônicas. Mas o governo brasileiro foi além e, com base em critérios epidemiológicos, optou por acrescentar outros dois grupos: crianças entre 06 meses e 02 anos e adultos de 20 a 39 anos. No mundo, além do Brasil, apenas alguns países, como Estados Unidos e Canadá, optaram por imunizar grupos saudáveis.
A análise dos dados da primeira onda pandêmica no Brasil demonstra que esses grupos apresentaram as duas maiores proporções de casos graves de doença respiratória. Em 2009, foram 42.989 casos de doença respiratória grave e 2.051 óbitos em todo o Brasil. A maior proporção (22,8%) ocorreu na população de 20 a 29 anos, seguida da população entre 30 e 39 anos (15%).
Os grupos prioritários foram definidos pelo MS em parceria com sociedades científicas, Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB), Associação Brasileira de Enfermagem (Aben), Conselhos de Secretários Estaduais (CONASS) e Municipais (CONASEMS) de Saúde e o Grupo Assessor do Programa Nacional de Imunizações. A observação da segunda onda pandêmica no Hemisfério Norte também foi um critério levado em conta.
Locais de vacinação
Em todo o Estado, aproximadamente 500 postos de vacinação estarão em funcionamento. Recomenda-se que a população que faz parte de um dos grupos prioritários da imunização da Influenza Pandêmica (H1N1) procure a unidade mais próxima de sua casa em um dos dias da etapa correspondente ao seu grupo. Os endereços e horários de funcionamento dos locais de vacinação serão divulgados pelo próprio município.
A primeira etapa, de 08 a 19 de março, terá vacinação diferenciada. A orientação para os municípios é que, se possível, eles promovam a imunização em profissionais de saúde no próprio local de trabalho. Mesmo assim, as unidades de saúde também estarão abertas para vacinação. Cada município será responsável pela sua estratégia de vacinação.
Site da Saúde
No site da Sesa (www.saude.es.gov.br), a população tem acesso a um link direto para o endereço eletrônico do Ministério da Saúde, que disponibiliza as principais informações sobre a estratégia de vacinação, como, por exemplo, o cronograma completo das cinco etapas que abrangerão os oito grupos prioritários. Há ainda dicas de prevenção, histórico da Influenza Pandêmica (H1N1) e as últimas notícias sobre o tema. Para acessar o link, basta clicar no banner Influenza Pandêmica (H1N1), que está situado no lado direito da página principal do site.
Dados
No Espírito Santo, em 2009, foram notificados 476 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Destes, 132 foram confirmados como Influenza Pandêmica (H1N1), 58 como Influenza Sazonal. Os demais foram descartados ou estão em aberto. Foram registrados ainda 14 óbitos confirmados em decorrência da (H1N1) e cinco da Sazonal. Neste ano, não foi notificado nenhum caso suspeito de Influenza Pandêmica (H1N1).
Monitoramento
A Sesa faz o monitoramento da doença no Espírito Santo a partir da notificação dos casos suspeitos pelos municípios. Apenas serão notificados os casos hospitalizados graves. Estes serão submetidos a exame para confirmação ou não da Influenza Pandêmica (H1N1).