O Ministério do Turismo e o Instituto Marca Brasil (IMB) iniciam nesta terça-feira (05) em Domingos Martins as atividades do Projeto de Gestão e Planejamento de Destinos Turísticos. Trata-se da primeira ação baseada no Estudo de Competitividade dos Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional, realizado no município em 2010.

O projeto tem o objetivo de capacitar a rede turística local para a gestão e o planejamento estratégico da atividade. O primeiro módulo do curso será realizado no Auditório da Escola Municipal Mariano Ferreira de Nazareth, na Sede do município, das 8h30 às 18h. Já na quarta-feira (06), segundo dia da oficina, a programação segue até às 13h.

O módulo inicial do projeto tem como tema a “Competitividade do Destino: Posicionamento e Formação do Grupo Gestor”. No primeiro dia do curso, serão abordados temas como conceitos de competitividade, estudo de competitividade e resultados do estudo.

No segundo dia da capacitação, técnicos do IMB, responsável pela realização da oficina, irão apresentar assuntos como cooperação, atribuições do Grupo Gestor, formação do Grupo Gestor, mídias sociais e sistema de gestão, entre outros.

No Espírito Santo, o Projeto de Gestão e Planejamento de Destinos Turísticos é realizado em parceria com os governos municipal e estadual.

O Estudo de Competitividade

O Estudo de Competitividade dos Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional foi realizado no ano passado em Domingos Martins. No Espírito Santo, a cidade de Vitória também foi contemplada. Ao todo 50 municípios brasileiros participaram da pesquisa.

O diagnóstico aponta um índice geral de competitividade do destino e notas para 13 temas ligados à atividade no município. Foram avaliados as dimensões infraestrutura geral, acesso, serviços e equipamentos turísticos, atrativos turísticos, marketing e promoção do destino, políticas públicas, cooperação regional, monitoramento, economia local, capacidade empresarial, aspectos sociais, aspectos ambientais e aspectos culturais.

O estudo foi encomendado pelo Ministério do Turismo e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) à Fundação Getúlio Vargas (FGV) com o objetivo de captar e monitorar a evolução da atividade turística em alguns destinos brasileiros.

A metodologia aplicada gerou índices numa escala de 0 a 100, divididos em cinco níveis assim classificados: Nível I (0 a 20 pontos) caracteriza deficiência, Nível II (21 a 40 pontos) aponta inadequação, Nível III (41 a 60 pontos) assinala situação regularmente satisfatória, Nível IV (61 a 80 pontos) aponta condições adequadas e Nível V (81 a 100 pontos) define as melhores condições.

Os indicadores alcançados pelo município foram: índice geral (46,7), infraestrutura geral (54,4), acesso (49,6), atrativos turísticos (64,6), cooperação regional (52,1), economia local (60,2), aspectos ambientais (75,7), serviços e equipamentos turísticos (46,5), maketing e promoção do destino (40,4), políticas públicas (33,5), monitoramento (8,6), capacidade empresarial (29,8), aspectos sociais (36,0) e aspectos culturais (38,5).

Os dados para elaboração do diagnóstico foram coletados em abril de 2010, quando uma pesquisadora da FGV passou uma semana no município. Foram realizadas entrevistas com o trade turístico, técnicos das secretarias municipais, polícias Civil e Militar, SEBRAE e outros atores envolvidos direta e indiretamente na atividade. Também aconteceram visitas técnicas em atrativos e serviços turísticos do município.

Confira o que foi analisado em cada tema:

Infraestrutura Geral: capacidade de atendimento médico para turistas, fornecimento de energia, serviços de proteção ao turista e estrutura urbana nas áreas turísticas.

Acesso: acesso aéreo, acesso rodoviário, acesso aquaviário, acesso ferroviário, sistema de transporte no destino e proximidade de grandes centros emissivos de turistas.

Serviços e Equipamentos Turísticos: sinalização turística, centro de atendimento ao turista, espaços para eventos, capacidade dos meios de hospedagem, capacidade do turismo receptivo, estrutura de qualificação para o turismo e capacidade dos restaurantes.

Atrativos Turísticos: atrativos naturais, atrativos culturais, eventos programados e realizações técnicas, científicas e artísticas.

Marketing e Promoção do Destino: plano de marketing, participação em feiras e eventos, promoção do destino e página do destino na internet.

Políticas Públicas: estrutura municipal para apoio ao turismo, grau de cooperação com o governo estadual, grau de cooperação com o governo federal, planejamento para a cidade e para a atividade turística e grau de cooperação público-privada.

Cooperação Regional: governança, projetos de cooperação regional, planejamento turístico regional, roteirização e promoção e apoio à comercialização de forma integrada.

Monitoramento: pesquisa de demanda, pesquisa de oferta, sistema de estatísticas do turismo, medição dos impactos da atividade turística e setor específico de estudos e pesquisas.

Economia Local: aspectos da economia local, infraestrutura de comunicação, infraestrutura e facilidades para negócios e empreendimentos e eventos alavancadores.

Capacidade Empresarial: capacidade de qualificação e aproveitamento do pessoal local, presença de grupos nacionais e internacionais do setor de turismo, concorrência e barreiras de entrada e presença de empresas de grande porte, filiais ou subsidiárias.

Aspectos Sociais: acesso à educação, empregos gerados pelo turismo, política de enfrentamento e prevenção à exploração sexual infanto-juvenil, uso de atrativos e equipamento turísticos pela população e cidadania, sensibilização e participação na atividade turística.

Aspectos Ambientais: estrutura e legislação municipal de meio ambiente, atividades em curso potencialmente poluidoras, rede pública de distribuição de água, rede pública de coleta e tratamento de esgoto, coleta e destinação pública de resíduos e unidades de conservação no território municipal.

Aspectos Culturais: produção cultural associada ao turismo, patrimônio histórico e cultural e estrutura municipal para apoio à cultura.