Mobilização para garantir a comida dos pássaros

* Leandro Fidelis

(leandro@radiofmz.com.br)

Nada na natureza é por acaso. Há algum tempo, os moradores do Residencial das Bounganvilles, em Venda Nova, vêm observando a presença cada vez maior de pássaros buscando alimento fora da mata. Até no pátio do hospital, próximo ao acesso do bairro, é possível ver jacus, sanhaços, trinca-ferros que, na falta das frutas, vêm bem perto dos moradores comer o que estes oferecem.

O sinal de que algo está errado com a natureza chamou a atenção de um grupo de voluntários. Neste sábado (3), às 10h, eles farão o plantio de cerca de 100 mudas de espécies frutíferas no terreno de Rafael Zandonadi, naquele bairro.

O ato ecológico é a primeira ação da ONG Instituto Pé no Chão e tem o apoio da empresa Biomudas, do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural- Incaper e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Batizado com o nome “Jacu, Sanhaço e Trinca-Ferro”, no mutirão serão plantadas mudas de banana, araçá, abacate e amora silvestre, as frutas mais apreciadas pelos pássaros das redondezas.“Tivemos ajuda do biólogo Tiago Altoé, que nos orientou a priorizar espécies da Mata Atlântica. A partir de sábado, vamos monitorar o crescimento das árvores e o comportamento dos pássaros”, diz a psicóloga Cássia Cristina Costa, presidente da ONG.

Ela conta que certo dia, ao abrir a janela do apartamento onde mora, se deparou com um casal de jacus sobrevoando o quintal do vizinho atrás de comida. Mais tarde foi saber que faltava frutas na mata localizada no morro mais alto do bairro.

Nivaldo Bozzi, vizinho da psicóloga, é criador de passarinhos e há anos coloca ração em um recipiente no meio do quintal. Ali costuma aparecer canários, coleiros, juritis brancas e jacus. Nos últimos dias, no entanto, os animais não estão vindo em massa. “Começou a brotar os cachimbinhos das embaúbas na mata, e eles não estão perdendo tempo”, relata o morador.

Mas Nivaldo faz outra observação. “Os pássaros não estão vindo perto da gente porque são mansos, mas porque está faltando comida. É importante os jovens participarem neste sábado e se conscientizarem disso”.

Para o biólogo Tiago Altoé, a iniciativa do Instituto Pé no Chão é importante para Venda Nova e para o meio ambiente. “A educação ambiental associada a medidas de prevenção, conservação e recuperação do nosso patrimônio ambiental e da biodiversidade são de extrema importância para a estabilidade dos ecossistemas e manutenção da vida no planeta.”

O instituto

O Instituto Pé no Chão foi criado em setembro de 2002 no Rio de Janeiro, mas acabou de papel passado para uma diretoria voluntária de Venda Nova, tendo como idealizadora Cássia Cristina. Entre as ações previstas no estatuto da entidade estão a promoção do voluntariado, do ecoturismo, cursos, seminários e festivais de cinema, vídeo, fotografia, música e teatro e a elaboração de materiais educativos através de projetos audiovisuais, editoriais, musicais e teatrais que valorizem a diversidade cultural brasileira.

Além de Cássia, a diretoria é formada por Maria Madalena Delarmelina (vice), Marinei de Amorim Juvanhol Sossai (tesoureira) e Érika Cristina Milani Carnielli (secretária). Já o Conselho Fiscal conta com Bernadete Delarmelina, Claudia da Silva Pires e Edir Morosini.

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