Mulher usa dinheiro da mãe para bancar luxos em São Paulo

* Leandro Fidelis e Henrique Pagotto

A lavradora aposentada Maria Conceição Mascarelo Côra, 73 anos, todo mês retira sua aposentadoria no banco. Ontem, ela sentiu falta do cartão da sua conta e comunicou o fato ao gerente. Para sua surpresa, um funcionário informou que, dos R$ 31.500,00 da conta, restavam apenas R$ 4.928,68. E o pior: quem sacou o dinheiro foi sua filha adotiva, Josiane Côra, a “Josi”, 28, que fugiu para São Paulo.

Parece história de novela, mas o caso acima foi registrado na Polícia Civil de Venda Nova, Região Serrana do Estado, nessa segunda-feira (12). Maria Conceição, que mora na localidade de Alto Viçosinha, zona rural do município, imediatamente cancelou o cartão, impedindo que Josi gastasse mais. Até segunda-feira, ela já tinha gastado com o cartão R$ 11.799,96 em compras em lojas de roupas, eletrodomésticos e malas de viagem.

Ela ainda se deu ao luxo de alugar um jatinho em Vitória para ir a São Paulo e uma limusine para transportá-la na capital paulista até a casa do namorado que ela conheceu na internet. Os gastos foram rastreados pelo sistema do banco, mas ela pode ter feito outros com o dinheiro sacado do caixa eletrônico.

Maria da Conceição, que criou Josi desde pequena, ficou em estado de choque. “Estou passada. Sou viúva e esse dinheiro vai me fazer muita falta porque estava reservado para cuidar da minha saúde”, disse.

Segundo a mãe, Josiane estava morando há cerca de um ano e meio com a mãe biológica e seus três filhos no município da Serra, na Grande Vitória. No dia 24 de dezembro, ela veio passar o Natal com a família de criação e disse que retornaria para casa no dia 26. Um dia antes do previsto, ela deixou os três filhos com o ex-marido em Venda Nova e pediu para o irmão levá-la até a rodoviária sem dar mais explicações. A família estranhou a ida repentina, mas não desconfiou que Josi tivesse pegado, no guarda-roupa da mãe, o cartão e a senha, que estava anotada em um papel.

A polícia entrou em contato com a mãe biológica, que também não sabia do paradeiro da filha. Na última vez que viu a filha, ela estava com duas malas lotadas de roupas novas e a carteira cheia de dinheiro. “Ela alegou que os presentes e o dinheiro foram dados pelo namorado. Ele teria vindo ao Espírito Santo uma vez, e ela já foi encontrá-lo duas vezes em São Paulo”, afirma a delegada Maria Elisabete Zanoli.

A delegada abriu um inquérito para apurar a denúncia. Ela afirma que este tipo de crime é mais comum do que se imagina. Em 2008, um homem que tinha acesso ao cartão e à senha da conta dos pais transferiu R$ 15 mil para a conta de um amigo. A polícia conseguiu reaver quase todo o valor porque ambos moravam em Venda Nova.

Também consta nos registros da polícia o caso de uma mulher que vendeu os lotes da mãe e da tia de criação, além de sacar todo o dinheiro da poupança. “O mais comum são os filhos usarem o dinheiro para comprar carros”, afirma Maria Elisabete Zanoli. Ainda segundo a delegada, na maioria dos casos os pais não querem a punição dos filhos, só ter o dinheiro de volta.

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