Uma eleição está movimentando a Coopeducar. Um trabalho interdisciplinar transformou três alunos do 9º ano em candidatos à presidência da república, com direito a corpo-a-corpo com eleitores, debate, campanha visual e propostas para melhorar o país.
O professor de língua portuguesa Mário Bonato explica que o projeto surgiu quando os alunos estudavam o conteúdo de argumentação, que está sendo utilizado no trabalho. Na minha disciplina, eles vão trabalhar a oralidade e a escrita. Mas o trabalho envolve ainda história e geografia, com as discussões sobre cidadania e ética, e matemática, com as pesquisas eleitorais feitas pelo oitavo ano, destaca Mário.
Como o desenvolvimento do projeto aconteceu no período que antecedeu a votação, o interesse dos alunos aumentou. O caminhar das eleições ajudou a movimentar os grupos. Eles estão totalmente envolvidos, completa o professor. Depois de estudar as propostas dos três principais candidatos que estão na disputa pela presidência, os alunos criaram partidos políticos fictícios, que representam as ideias de cada um desses presidenciáveis.
Com base no que conheceram, eles formaram os grupos, tendo em vista o candidato com que tiveram mais afeição. Todo esse processo foi feito sem a interferência do professor. Os alunos tiveram a opção de escolher aquele que mais agradou a cada um, destaca a coordenadora pedagógica do 6º ao 9º ano, Lúcia Helena Alves Ribeiro. O passo seguinte foi decidir, entre os componentes de cada grupo, qual deles seria o candidato.
Ficou decidido então que os presidenciáveis da Coopeducar são: Leandro Pravato, de 14 anos, que concorre pelo Partido Contra a Desigualdade (PCD); Luana Bergamim Uliana, representante do Partido Ecologicamente Correto (PEC); e Matheus Miguel, também 15 anos, do Partido Humanista (PH). Os demais componentes se tornaram assessores da campanha. Uma outra equipe, formada por quatro alunos, representa a Justiça Eleitoral, responsável por coordenar e fiscalizar a campanha.
Cartazes, santinhos e votação
Quem chega à escola logo percebe a mobilização dos partidos para vencer a eleição. Cartazes nas paredes, mensagens nos murais e até os famosos santinhos estão espalhados por toda a parte. Durante esta semana, os candidatos estão realizando comícios e visitando os eleitores na sala de aula. No dia 13, eles poderão apresentar suas propostas e confrontar os adversários em um debate.
E a eleição será no próximo dia 18, quando professores, funcionários e alunos, do 3º ano do ensino fundamental à 3ª série do ensino médio, vão votar e escolher o novo presidente da república. Para os estudantes envolvidos no projeto, além de correr atrás dos votos, o trabalho está oferecendo uma oportunidade de aprendizado.
Está sendo muito legal poder ver, na escola, como é uma campanha política de verdade, criando propostas, plataforma e tudo mais que isso envolve, declara o representante do PCD, Leandro Pravato. Já a candidata do PEC, Luana Bergamim Uliana, está mudando sua opinião sobre o tema do trabalho. Eu não gostava muito de política e agora posso ver que não é o que eu imaginava. Está sendo muito bom aprender.
E o representante do PH, Matheus Miguel, afirma que, para ele, a experiência está sendo um jeito novo de estudar e aprender sobre política. Comecei a compreender melhor o que é política e de uma forma divertida. O trabalho é uma brincadeira séria, ressalta Matheus, que manda um recado para os eleitores e concorrentes. Essa brincadeira eu quero ganhar.
No Brasil, o novo presidente da república só vai ser conhecido no dia 31, mas na Coopeducar o resultado sai em menos de duas semanas. Agora é esperar para conferir como vai acabar essa história.
