Luciana é mãe adotiva de uma menina de 6 anos e está na fila para adotar o segundo filho. Esposa de militar, tem que lidar com as constantes mudanças pelo país e com as dificuldades de atualização do cadastro de pretendente, feito quando ainda morava na Bahia.
E foi pensando em situações como as de Luciana e das 9 mil crianças que aguardam por uma família que o Conselho Nacional de Justiça, o CNJ, lançou nesta segunda-feira um novo sistema para auxiliar o processo de adoção.
Os estados de Rondônia, Espírito Santo e Paraná foram os primeiros a testar a nova plataforma, que integra o cadastro nacional de adoção ao cadastro de Crianças Acolhidas, com 47 mil inscritos. De acordo com a juíza Sandra Torres, auxiliar da corregedoria do CNJ, é uma forma de tornar o processo mais claro.
Setenta e nove comarcas já usam a nova plataforma e a previsão é que o sistema esteja ativo em todo o Brasil até o fim do primeiro semestre de 2019.
Ele traz novidades como a varredura automática de perfis, tanto de crianças como de pretendentes, para promover um encontro mais rápido dos que são compatíveis e também emite alerta à Corregedoria em caso de demora nos processos com crianças acolhidas.
O próximo passo nas inovações será a inclusão de fotos, cartas, desenhos e vídeos das crianças além de informações sobre os pretendentes, como aspectos psicológicos e antecedentes criminais atualizados.
O sistema deve dar mais agilidade e transparência aos processos de adoção, mas de acordo com o ministro corregedor do CNJ, João Otávio de Noronha, não pode haver preconceitos na hora de escolher o perfil da criança.
Atualmente, existe mais de 44 mil pretendentes cadastrados e 9 mil crianças e adolescentes esperando a adoção. Mais de 9 mil adoções foram realizadas desde o início do cadastro nacional, há 10 anos.