O sonho da faculdade para quem saiu do supletivo

* Leandro Fidelis

(leandro@radiofmz.com.br)

O mercado profissional cada vez mais exigente configura um novo perfil de estudante universitário em Venda Nova. É cada vez maior o número de alunos matriculados nas faculdades locais que vieram de cursos supletivos, com conclusão dos ensinos fundamental e médio em menos tempo. São pessoas que um dia abriram mão dos estudos para trabalhar e cuidar dos filhos e que, hoje, aspiram por melhores oportunidades.

A história de Sônia Aparecida Pereira, 30 anos, e Izabel Salim, 47, se cruzou quando ambas ingressaram no curso de administração da Faculdade Venda Nova do Imigrante- Faveni, em 2009. A primeira, que é faxineira, ficou dez anos longe da escola por causa da criação dos dois filhos, hoje com oito e 14 anos, respectivamente.

Sônia recebeu incentivo de colegas do mesmo prédio onde trabalha até decidir se matricular na 8ª série do curso supletivo. Em pouco tempo, concluiu essa e as etapas do ensino médio em 2008. A rotina não é nada fácil, pois além de trabalhar o dia todo, ainda tem que ajudar os filhos nas tarefas escolares antes de pegar a mochila e ir para a faculdade.

“Quando decidi estudar, meu marido entrou em choque, preocupado com a criação dos meninos. Depois de um certo tempo, ele mesmo passou a me buscar na saída da escola à noite”, conta a faixineira, que está no 3º período do curso de administração. Agora, para dar conta de estudar para as provas da faculdade, Sônia paga uma faxineira nos fins de semana.

Já Izabel colhe os frutos de sua decisão de estudar antes mesmo de pegar o diploma. Trabalhou durante anos como balconista de uma padaria na Vila Betânea e foi promovida. Hoje está no setor administrativo da mesma empresa. “Meu patrão quis me valorizar e isso foi muito importante pra mim. Parece que quando chego na faculdade, o professor fala como se fosse pra mim, porque é a minha realidade no dia-a-dia.”

Sonho pode virar frustração

Na avaliação do professor e palestrante Gláucio Siqueira, casos de superação como os de Sônia e Izabel são raros para quem passou pelo supletivo. Ele considera a base desses cursos insuficiente por compactarem três anos de ensino médio, por exemplo, em seis meses.

“Antes bastava a formação no ensino médio para ingressar no mercado de trabalho. Hoje é o próprio mercado que está exigindo formação superior para quase todas as funções, por isso tanta gente recorre à formação supletiva”, avalia Siqueira.

Ele diz ainda que muitas vezes o aluno chega à faculdade despreparado e transforma a expectativa do curso superior em frustração, o que não é o caso das nossas entrevistadas.

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