Obra de restauração da Fazenda do Centro é entregue em Castelo

Do alto das janelas do casarão, com quase 170 anos de história, era possível observar uma festa que a comunidade da região de Castelo não esquecerá tão cedo. Na tarde de sábado (27), o Governo do Espírito Santo entregou as obras de restauro da Fazenda do Centro, patrimônio histórico e cultural dos capixabas. Este bem, recuperado pelo Estado, passa a ser gerido pela Prefeitura de Castelo e Instituto São Simon, e terá destinação turística e cultural.

 

Este monumento foi tombado pelo Conselho Estadual de Cultura em 1984. Seu projeto de ocupação e revitalização foi amplamente discutido com a sociedade observando as tradições e os valores culturais do município de Castelo e região. Seu funcionamento priorizará a realização de atividades educativas, culturais, turísticas e religiosas e funcionará como centro de cultura, biblioteca, sala de exposições e da memória agostiniana. A fazenda fica a oito quilômetros do centro de Castelo e a dois quilômetros da ES-166, que faz a interligação da BR-262 entre Cachoeiro de Itapemirim e Venda Nova do Imigrante.

 

Estiveram presentes o governador Renato Casagrande, os secretários de Estado da Cultura, Maurício Silva, do Turismo, Alexandre Passos, da Agricultura, Ênio Bergoli, o prefeito de Castelo, Jair Ferraço Jr., o deputado Federal Camilo Cola, o deputado Estadual Glauber Coelho, além de vereadores, lideranças comunitárias e moradores de Castelo e de municípios do entorno, como Venda Nova do Imigrante.

 

Em sua fala, o governador Renato Casagrande lembrou a importância da Fazenda do Centro na construção da memória e da identidade do município. “Posso falar também como castelense, este patrimônio cultural tem um espírito no seu entorno que conta nossa história, ao preservarmos este espaço físico estamos preservando nossa história”. Ele também afirmou que o Governo encara a cultura como instrumento para tornar melhor a vida da população por integra-la socialmente e combater a violência. O governador também lembrou as possibilidades de geração de emprego e renda com a entrega de um equipamento como este.“Cultura e turismo andam juntos. Queremos que este espaço faça girar a roda de oportunidades aqui da região. Este lugar já exercia fascínio sobre nós e passará a exercer ainda mais”.

 

Para o secretário de Estado da Cultura, Maurício Silva, trata-se de compreender o bem cultural enquanto instrumento estratégico para a educação patrimonial dos cidadãos. “Na medida em que os frequentadores entram em contato com elementos que possuem relação direta com os grupos étnicos que formaram o município e a região, estamos promovendo o resgate histórico por meio do uso contemporâneo do bem tombado. O restauro da Fazenda do Centro é um compromisso do Governo Renato Casagrande com a recuperação do patrimônio histórico e arquitetônico do Espírito Santo e com a criação de equipamentos culturais que sirvam como espaço para visitação, encontros acadêmicos ou científicos e abrigo e hospedagem para pequenos grupos que desenvolvem trabalhos na área”, afirmou.

 

Patrimônio histórico para uso da comunidade

 

O conjunto arquitetônico da Fazenda do Centro engloba uma área de 1.800 m2, com destaque para a construção de pedra, madeira e barro, que revela a arquitetura típica da época e da região. O casarão da fazenda foi construído em 1845, pelo Major Antônio Machado Vieira da Cunha, e tornou-se um marco para o desenvolvimento econômico de Castelo.

 

Após a Lei Áurea, a mão de obra escravizada foi substituída por colonos europeus, e a fazenda tornou-se uma colônia multi étnica. Em 1909 o frei agostiniano Manuel de Simón decide comprar, em parceria com a Fazenda do Centro, 1.542 alqueires de terra, maquinários, casas e benfeitorias para assentar famílias de imigrantes da região de Alfredo Chaves e ampliar o número de paróquias. 

 

Para o prefeito de Castelo, Jair Ferraço Jr. A Fazenda do Centro passa a ser uma rota ainda mais importante para o potencial turístico da cidade. “Este espaço vai se destinar a eventos culturais, turísticos, gastronômicos e outros que consolidarão este espaço muito em breve”. A opinião é partilhada pelo professor Marcio Malavotti, integrante do grupo folclórico Compagnia Radicci Cittá di Torino, que abrilhantou a abertura com danças típicas italianas. “Acompanho desde criança os ciclos deste patrimônio de Castelo, e vê-lo agora recuperado é saber que nossas tradições e história como descendentes de imigrantes italianos permaneceram vivas”, disse.

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