A reforma do casarão, localizado na Fazenda do Centro, zona rural de Castelo, começou em 2006 e a primeira fase dos trabalhos termina, no máximo, na primeira semana de junho. Mas ela só cobre 20% do total do imóvel, o que demandou recursos de R$ 313 mil. Para prosseguir com a recuperação da arquitetura portuguesa, que remonta ao século 19, a presidente do Instituto Frei Manoel Simon, que administra a fazenda, Maria José Vetorazzi, diz que busca apoio dos Governos Federal e Estadual.
Tudo o que foi feito até agora tenta se aproximar ao máximo do original. As paredes foram reconstruídas em pau a pique e a madeira de lei, usada nos telhados e alicerces, foi cedida pelo Ibama. O casarão mede 1800 metros quadrados. Trata-se de monumento tombado, um símbolo da riqueza dos tempos áureos do café. E que, em poucos dias, estará a serviço do futuro da comunidade. “Vamos abrigar mostras de arte, artesanato, festas da comunidade, palestras e o espaço poderá ser usado até para casamentos, já que a capela é a primeira parte a ficar pronta”, garante Maria José.
Alguns estudos, segundo os responsáveis pela reforma, apontam que no lugar ocorreu o primeiro registro de reforma agrária da América Latina. “Os padres receberam os imigrantes europeus, que queriam viver da produção rural, e dividiram as terras entre eles. Um ato que, agora em 2009, completa exatos 100 anos”, conta Maria José.
O local já foi morada de 600 escravos e de barões do café e é uma representação da história do Brasil colônia que hoje está sofrendo a ação do tempo. As pinturas nas paredes, que precisam de restauração, são resquícios da arquitetura portuguesa do século 19. Com a abolição da escravatura, o lugar passou a abrigar padres agostinianos e ganhou ares de mosteiro.
* Gazeta Online Sul