Trafegar na Rodovia Estadual Pedro Cola, que liga Castelo a Venda Nova do Imigrante, torna-se um desafio diário para os motoristas. Além das curvas sinuosas na maior parte das subidas, ainda sobram no trecho, buracos, falta de acostamento e muita terra na estrada. A rodovia encontra-se em condições precárias. Ela também é caminho para quem vai de Cachoeiro e do Litoral, com destino à Serra e a Minas Gerais, pela BR 262.
O caminhoneiro Edvaldo Soares da Cruz, de 35 anos, mora em Castelo e passa pela Pedro Cola todos os dias, às vezes mais de uma vez. Ele conta que já viu muita coisa acontecer nessa estrada. “Sem dúvida é uma rodovia muito perigosa, eu graças a Deus nunca sofri nenhum acidente, mas é preciso ter muita atenção. Falta limpeza, acostamento e sinalização adequada”.
Quem precisa passar todos os dias por lá, conta com a sorte. Logo na saída de Castelo uma grande quantidade de barreira, que cedeu com as chuvas, continua no local. O DER limpou, mas ainda existe muita terra na beira da pista, acabando com o pouco acostamento que há ali. E essa cena se repete por mais de dez pontos na pista até chegar a Venda Nova. O motorista deve manter a atenção redobrada. O mato alto invade a estrada e diminui a visibilidade, inclusive nas curvas acentuadas. Acostamento praticamente não existe e, nos trechos em que existem, estão tomados por barreiras.
Outro problema grave é a falta de sinalização vertical. Muitas placas estão encobertas pelo mato, algumas estão invisíveis. Placas com informações importantes, como por exemplo: “longo trecho em declive”, “use o freio motor” e “reduza a velocidade, curva perigosa”, não estão visíveis aos motoristas, que acabam excedendo a velocidade.
No geral o asfalto está bom, mas em alguns pontos há buracos que dificultam a passagem dos carros. Em certos lugares o motorista precisa desviar para a contramão. Quando chove o problema se agrava, pois as barreiras que já estão próximas ao asfalto, invadem completamente a pista tornando-a escorregadia.
Cilene Zacchi Viganor, 42, tem um comércio às margens da estrada e se assusta com o número de acidentes. “A Serra dos Monos é o trecho mais perigoso, muitos acidentes acontecem e sempre morre alguém. Tem curvas perigosas e alguns motoristas correm muito”, analisa a comerciante.
Perigo para caminhoneiros
Os caminhoneiros que são obrigados a trafegar constantemente pela Pedro Cola conhecem bem os perigos da estrada e contam com a sorte, além da prudência e atenção redobrada. “É uma das estradas mais perigosas que eu passo. Já vi muitos acidentes e inclusive perdi conhecidos aqui. A sinalização tem que ser melhorada com urgência”, desabafa Wenderson Cristiano Cogo, de 37 anos. Ele é caminhoneiro e mora em Castelo.
Marciolino de Andrade, 29, também de Castelo, acredita que os motoristas que vêm de fora sofrem mais. “Há dez anos eu sempre passo por aqui, então já conheço a estrada, sei dos perigos, mas quem vem de fora e não conhece corre muito mais risco, pois acaba correndo demais e como não tem sinalização adequada, os acidentes acontecem.”
De acordo com os caminhoneiros, os trechos mais perigosos da rodovia Pedro Cola, são a Serra dos Monos e a Serra da Povoação. Nesses pontos a inclinação da pista é bem acentuada.
Melhorias
Os caminhoneiros cansados de enfrentar essas dificuldades da rodovia Pedro Cola, sugerem atitudes simples que, para eles, podem reduzir o índice de acidentes. De acordo com eles, a manutenção da pista, como limpeza das barreiras e corte do mato, é a principal atitude a ser tomada e deve ser frequente.
Mas, como muitos motoristas não respeitam os limites de velocidade, deveria ser instalado redutores e barreira eletrônica. “Infelizmente alguns motoristas só respeitam as normas quando dói no bolso, então, o ideal é instalar barreira eletrônica”, afirma Marciolino de Andrade.
Já Edvaldo Soares da Silva acredita que a instalação de caixas de brita ao longo do acostamento, reduziria o alto número de acidentes. Ele afirma que as caixas amortecem o impacto no caso de uma eventual batida e evitam mortes.
Licitação
O Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Espírito Santo (DER-ES) informou que os problemas citados foram acarretados pelas consecutivas chuvas que afetaram a região. De acordo com a assessoria, se tratam de serviços específicos e que requerem atuação especializada. Para isso foi necessário realizar estudos detalhados e projeto de engenharia visando à recuperação da pista.
O DER-ES informou que já está concluindo o processo licitatório, (contratação de uma empresa, que está em andamento, para realizar as obras e serviços de recuperação, inclusive com a limpeza do trecho). Enquanto isso, o Departamento realiza o monitoramento da situação e mantém a trafegabilidade na rodovia.
* Gazeta Online Sul