A Polícia Federal no Espírito Santo expediu, nessa quarta-feira (27), carta precatória convocando a presença do deputado de Minas Gerais Gustavo Perrella (SDD) e dos outros dois sócios da empresa dele, para prestar esclarecimentos sobre os mais de 400 quilos de cocaína que foram encontrados em uma aeronave da família, no estado capixaba.
De acordo com o delegado da PF Leonardo Damasceno, o pedido é para que o deputado e a irmã, Carolina Perrella, sejam ouvidos como testemunhas, em Belo Horizonte. O terceiro sócio, André Almeida, deverá ser ouvido em oitiva, em Divinópolis, no Centro-Oeste mineiro.
A Polícia Militar (PM) apreendeu mais de 400 quilos de cocaína dentro da aeronave, na zona rural de Afonso Cláudio, na Região Serrana do estado capixaba, neste domingo (24). Quatro pessoas foram presas, entre elas o piloto. A operação descobriu que traficantes estavam usando o helicóptero para transportar cocaína para dentro do Espírito Santo. De acordo com a polícia, há 20 dias, já estava sendo investigada a movimentação na propriedade rural, mas a presença do helicóptero chamou a atenção.
O delegado informou que não há um prazo para que as testemunhas sejam ouvidas. Segundo Damasceno, as datas devem ser definidas pela Superintendência da corporação na capital mineira, e em Divinópolis.
Leonardo Damasceno afirmou que, até o momento, não se trabalha com o envolvimento dos donos da aeronave no suposto crime de tráfico de drogas.
Ontem, a defesa do piloto do helicóptero Rogério Almeida Antunes afirmou que o deputado Gustavo Perella (SDD) mentiu sobre a autorização para o voo. Segundo o advogado Nicácio Tiradentes, o deputado tinha conhecimento do frete, mas não do material transportado.
Conforme o delegado, o deputado e os outros sócios foram convocados para confirmar ou negar as informações apresentadas pelo piloto de helicóptero, preso no domingo (24). Além de Antunes, estão presos o outro piloto e os dois que estavam nos carros onde a droga era descarregada no momento da apreensão.
Procurado pelo G1, o advogado do deputado, Antônio Castro, informou que o seu cliente tem interesse em prestar depoimento para esclarecer quaisquer dúvidas sobre o fato.
Exoneração na ALMG
Funcionário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o piloto de helicóptero Rogério Almeida Antunes, suspeito de conduzir a aeronave teve a exoneração publicada nesta quarta, com data retroativa à segunda-feira (25). Ele trabalhava na Casa em um cargo indicado pelo deputado estadual Gustavo Perrella (SDD).
Antunes foi nomeado no dia 12 de março deste ano para ocupar o cargo de agente de serviços de gabinete I e recebia um salário mensal de R$ 829,67, mais R$ 400 em vale-alimentação e R$ 200 em vale-transporte. Ele estava em uma vaga da 3ª Secretaria, de onde o deputado estadual Alencar da Silveira Júnior (PDT) é presidente. As informações são do site G1/ES.
