O verde do café se espalha pelos campos montanhosos de Brejetuba. A cafeicultura representa quase 85% da economia local e a produção ultrapassa 18 mil toneladas do tipo arábica por ano.
Pelo menos 350 mil sacas de café de alta qualidade são produzidas na cidade a cada safra. Cada saca de alta qualidade chega a custar R$ 600. No arábica comum, o valor está em torno de R$ 360.
“A partir do momento em que me dediquei a fazer com qualidade e procurar comprador que pagasse, eu consegui agregar valores e valorizar o funcionário. Com isso, consegui exportar para o mercado europeu”, explicou o cafeicultor Edmar Zuccon.
Atualmente, Edmar exporta parte da produção para a Alemanha e Itália. Somente nos dois primeiros anos, ele enviou cerca de três mil sacas para o mercado internacional. A cidade tem 16 mil hectares de café plantados e cerca de 70% das lavouras já foram colhidas.
Para plantar café arábica, o terreno precisa estar numa altitude de pelo menos 700 metros. Por isso, ele se adaptou tão bem ao município, que tem altitudes que chegam a 1200 metros acima do nível do mar. Uma característica interessante do arábica é que, com esse solo, ele não precisa de irrigação para ser plantado.
“É porque a planta é autossustentável. É só fazer uma parte de nutrição. Nosso solo é úmido por conta da altitude”, acrescentou o cafeicultor.
O beneficiamento é feito ao lado da lavoura. A cafeicultura faz parte da tradição do município. Com preços compensadores, existem mais pessoas investindo na atividade e isso possibilita manter o homem no campo.
“Ele tem capacidade, interação com a terra que produz, sabe produzir. Se ele sair, é uma mão de obra qualificada que não tem capacidade de exercer atividade na cidade. É um passarinho fora do ninho”, destacou o prefeito Itamir de Souza Charpinel.
Brejetuba também conta com quatro salas de degustação de café. O objetivo é identificar a bebida do produto, entre nove possibilidades. “O produtor chega com a amostra do café. Nós fazemos a classificação do café o produtor fica sabendo o que o produto dele realmente é. A bebida, a classificação, a umidade… Com isso, ele já vai para o comprador sabendo o valor do produto dele”, afirmou o degustador de café Edmilson Cardoso.
A rentabilidade do café nas lavouras é percebida no centro da cidade. “Quando nós temos esse momento bom, isso se reflete no supermercado, na prestação de serviço e todos ficam com essa expectativa de se beneficiar com a cafeicultura”, completou Clarinda Morgan, do Incaper. As informações são do site Folha Vitória.