Nesta terça-feira (13), a partir das 17 horas, no Hortomercado, em Vitória, a Secretaria de Estado da Agricultura fará a entrega coletiva de licenças ambientais aos produtores rurais que investem na fabricação de cachaça no Espírito Santo.
Para aprimorar a qualidade e possibilitar a harmonia do funcionamento dos alambiques com as normas ambientais, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) firmou um Termo de Compromisso Ambiental (TAC) com 65 produtores. Buscou-se, com essa iniciativa, garantir as adequações necessárias nas propriedades para reduzir os impactos causados pela atividade ao meio ambiente e às pessoas. Com a adesão, os produtores vão receber as licenças ambientais dos empreendimentos.
Produtores
O diretor-presidente do Idaf, Aladim Fernando Cerqueira, explica que o processo teve a atuação dos produtores, por meio dos seus representantes, que participaram de debates e reuniões para a construção conjunta do TAC, no qual foram definidas as condições técnicas e as medidas necessárias para a regularização.
É importante ressaltarmos que a legalidade promove, também, a cidadania destas pessoas, que estão tendo a oportunidade de tirar seus alambiques da clandestinidade. Para isso houve a desburocratização dos procedimentos, mas sem ceder nas exigências ambientais disse o diretor.
Segundo o engenheiro agrônomo do Idaf, Paulo Esteves, no Termo foram contemplados itens como o uso da água, da madeira, a destinação do bagaço e a queima de combustível. Paulo Esteves ressalta que um dos principais aspectos no que se refere à cachaça é a gestão dos resíduos, com destaque ao vinhoto, que é um subproduto resultante da produção e que possui uma forte concentração de matéria orgânica.
O vinhoto, quando lançado diretamente nas águas dos rios e lagos, é poluente, mas, pode ser aproveitado, após o seu adequado tratamento, em processos de irrigação. O bagaço, quando feita as ações necessárias, também pode ser utilizado, como, por exemplo, fonte de energia nas caldeiras.
De acordo com Paulo Esteves há uma série de vantagens na obtenção da licença, como a sustentabilidade dos empreendimentos e da propriedade e também o acesso a créditos e financiamentos rurais, uma vez que o licenciamento é um pré-requisito para a liberação de recursos. Além disso, o mercado reconhece e valoriza cada vez mais as organizações e estabelecimentos ambientalmente corretos afirma ele.
O presidente da Associação Capixaba de Produtores de Cachaça de Qualidade, Paulo Roberto Dias Soares, afirma que este será um grande avanço para o setor, que tem buscado a legalidade. A fabricação de aguardente é uma atividade que gera muitos resíduos. Por isso, nós entendemos a importância das orientações do Idaf, para que possamos produzir de uma forma ecologicamente adequada. Podemos dizer que, além do meio ambiente, nós também estamos ganhando, pois teremos uma cachaça diferenciada no Espírito Santo, agregando valor ao produto e possibilitando o acesso a novos mercados, tanto nacional como internacional afirma ele.