* Valdinei Guimarães
valdinei@radiofmz.com.br
Produtores de tomate de Venda Nova do Imigrante e regiões vizinhas estiveram em Vitória na última quinta-feira (09) para discutir sobre a prorrogação dos prazos de vencimento dos financiamentos bancários tomados para o custeio de lavouras. A chuva de dezembro destruiu as plantações e deixou os agricultores no prejuízo. O governo estadual já enviou documentação à Brasília pedindo prazo extra para pagamento dos contratos.
Participaram da reunião o secretário de agricultura do Estado, Enio Bergoli, o secretário de agricultura de Venda Nova, Sávio Filetti e representantes dos produtores, da Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes) e do Banco do Brasil, que é referência em crédito rural. A pauta da reunião foi o pedido de ampliação dos prazos de vencimento dos contratos firmados pelos produtores.
A resposta para a solicitação virá do Governo Federal. De acordo com o assessor de agronegócio da superintendência estadual do Banco do Brasil, Tarcísio Alves Pinto, o pedido da prorrogação já havia sido encaminhado pelo governador do Estado, Renato Casagrande, ao Governo Federal. “O Governo do Espírito Santo já tinha percebido a demanda e feito o pedido ao Governo Federal. Agora, precisamos aguardar para saber se será aceito”, explicou o assessor.
Enquanto a resposta não chega, os produtores devem procurar o Banco para ver o que pode ser feito a respeito da dívida. De acordo com o gerente de relacionamento da agência do BB de Venda Nova, Augusto César, os agricultores que utilizaram crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) têm seguro da lavoura. “Esses pequenos produtores podem ir ao Banco para acionar o seguro. Os produtores de maior porte e que utilizaram outras linhas de crédito precisam procurar seu gerente bancário para saber o que pode ser feito. Cada caso é tratado individualmente”, explicou ele.
Mais tempo para pagar os financiamentos significaria alívio para quem planta. A secretaria de agricultura de Venda Nova estima prejuízo entre dez e 12 milhões de reais apenas com as lavouras de tomate. O presidente do Sindicato Rural do Município, Vanderlei Cesconetti, acredita que cerca de 60% das plantações tenham sido perdidas. “Muitos produtores rurais vão precisar de apoio para continuar no campo”, conta Cesconetti.
O presidente da Faes, Júlio Rocha, está otimista quanto à possibilidade de o Governo Federal aceitar a prorrogação dos prazos. “Nós acreditamos que teremos sucesso, porque medidas parecidas já foram tomadas em benefício de outros Estados em ocasiões passadas”, revela Rocha.