Os vereadores querem estudar melhor o que propõe o projeto de lei nº 062/2009, de autoria do Executivo, que prevê um convênio de cooperação técnica e econômica com a Associação de Língua e Cultura Italiana do Espírito Santo- Alcies. Essa é uma condição para se instituir no currículo das escolas municipais do ensino fundamental o ensino da língua italiana, a ser implantando gradativamente até 2012.
Na manhã da última segunda-feira (14), o secretário Municipal de Educação, Edson Zandandi, esteve na sala de reunião, onde falou dos projetos aos vereadores. Ele apresentou o resultado de uma pesquisa feita junto aos pais que, segundo ele, resultou numa média de 85% de aprovação da adoção da disciplina.
Os vereadores têm dúvida da eficácia da proposta e também do que o município pode estar implicitamente prometendo aos estudantes, principalmente na forma como foi apresentada a pesquisa. Para o vereador Fernando Altoé- PSDB, pode se estar passando a ilusão de que ao aprender o idioma, o estudante poderá conhecer o país.
Tarcísio Botacin- DEM considera uma aula semanal apenas suficiente para ter noções básicas da língua e que a carga horária deveria ser aumentada gradativamente, conforme o ano de estudo. Ele lembrou que a Alcies está no município há dez anos oferecendo a carga horária de três aulas semanais, de onde se sai tendo um amplo conhecimento sobre a língua. Para Botacin, o sistema de oferta livre, sem estar atrelada ao ensino regular, é mais eficiente e democrático.
O secretário Edson Zandonadi vê na adoção da disciplina um importante elemento de manutenção da identidade cultural das novas gerações, tendo em vista que o município tem fortes raízes na colonização italiana. Ele citou o caso de Santa Maria de Jetibá, onde se ensina o pomerano, que é um dialeto. No caso de Venda Nova, predominaria o dialeto Vêneto, mas que aqui se ensinaria a língua oficial da Itália.
O projeto foi elaborado pela equipe técnica e prevê implantar o ensino da língua nas três escolas de ensino fundamental de Venda Nova, sendo uma no Alto Caxixe e as outras em Pindobas e São João de Viçosa.
Todos os vereadores deixaram claro que apenas querem conhecer mais profundamente o projeto e fazer uma pré-avaliação da importância e do impacto a ser gerado. Diante de alguns pontos polêmicos, eles temem que a opinião pública enteda que o Legislativo esteja sendo um entrave. Queremos apenas um projeto democrático, que comunique de forma clara quais são seus objetivos, resumiu o presidente Marco Grillo- PSDB (* Site Câmara de Venda Nova).