Próximas madrugadas terão mais geada na Região Serrana

13h47

Fernanda Zandonadi
jornalismofmz@gmail.com

 

 

Depois da geada e das temperaturas próximas a zero enfrentadas nesta madrugada na Região Serrana do Espírito Santo, os moradores e agricultores devem se preparar para mais noites frias e manhãs congeladas.  O meteorologista do Incaper, Ivaniel Foro, explicou que, apesar de não ter uma frente fria sobre o Espírito Santo, as madrugadas continuarão favorecendo o aparecimento de gelo pelo menos pelos próximos dois dias. 

 

"O tempo aberto favorece a queda gradativa das temperaturas. A diferença entre a máxima, registrada durante o dia, e a mínima, registrada nas noites, fica cada vez maior. O que aconteceu na Região Serrana é a chamada geada branca. Com o céu claro e o vento calmo, a terra perde calor para a atmosfera e a temperatura de relva, da vegetação rasteira, chega próximo e até mesmo abaixo de zero. Com isso, o orvalho que se condensa forma a geada", afirmou. 

 

De acordo com Foro, a mínima registrada na madrugada desta quinta-feira (14) em Pedra Azul, Domingos Martins, foi de 2,6 graus. O previsto era de 5 graus a dois metros de altura. Para as próximas madrugadas, há possibilidade de formação de mais geada. "O tempo permanece aberto, com pouquíssimas nuvens, portanto há grande possibilidade de geada nas madrugadas de sexta (15) e sábado (16)".

 

 


Ocorreu geada em várias partes da Região Serrana (fotos: Emerson A Kuster e Edivani Lorenzoni)

 

Já no domingo (17) e na segunda (18), as condições do tempo devem mudar um pouco. "Há uma frente fria, ainda que fraca, mas que passará pelo Estado no final da noite de sábado. Ela trará condições para chuva fraca na Região Serrana e elimina a possibilidade de formação de geada". 

 

Ação rápida

 

O maior temor causado pela geada é a perda das plantações, principalmente de folhosas, como a alface. Na propriedade de  Preto Bassani, que fica em São Sebastião de Aracê, em Domingos Martins, a ação rápida para retirar o gelo das plantas foi o que permitiu salvar a maior parte da plantação.  "Não perdemos muito. Logo que percebemos que tinha geado, já jogamos água em cima para derreter o gelo. As plantas ficaram grossas de gelo, algumas folhas até quebraram. Já tivemos uma outra experiência com geada, que perdemos muito", conta.

 


A rapidez na hora de eliminar o gelo das folhas é fundamental para reverter o prejuízo, diz Bassani (fotos: Preto Bassani)
 

 

Próximos meses

 

O inverno, que dura até o final de setembro, deve ser de temperaturas mais baixas do que as mensuradas nos últimos dois anos. Alguns dias devem ser mais úmidos também, com chuva um pouco acima da média, mas nada que possa minimizar os impactos da falta de chuva dos últimos anos. Com o fim do El Niño, que é o aquecimento das águas do Pacífico, e o início da La Niña, que é o resfriamento do local, as chuvas devem voltar gradativamente à normalidade. A La Niña ainda não está formada e, a mudança nas condições climáticas será lenta e gradual, segundo o meteorologista. 

 

"Tanto em tempos de El Niño, quanto La Niña, não conseguimos enxergar um consenso forte das influências perceptíveis no Sudeste. Mas temos algumas confirmações locais, uma delas é que em tempos de La Niña, as chuvas devem ficar mais próximas ao normal. Isso vai apenas amenizar o déficit hídrico que estamos enfrentando, mas não solucioná o problema. A agricultura tem uma resposta mais rápida às chuvas, mas só teremos alguma alimentação mais potente do lençol freático e dos rios no ano que vem", explica. 

 

 

Foto de capa: Grasiely Bellon

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