Qualidade do morango das montanhas capixabas incentiva o agroturismo na região

Frutos grandes, doces e com vermelho vivo. A qualidade dos morangos das montanhas capixabas tem atraído visitantes às propriedades rurais da região, principalmente nesta época do ano em que os canteiros estão carregados. O período de colheita é maior nos meses de agosto, setembro e outubro.

O agroturismo, portanto, tem proporcionado uma fonte de renda para os produtores da região, que disponibilizam ao turista em suas propriedades a possibilidade de consumir um fruto saudável diretamente do pé e ainda adquirir produtos derivados do morango artesanalmente preparados, como geléias, bombons, licores e sucos.

De acordo com o pesquisador do Incaper, José Mauro de Sousa Balbino, esse sucesso pode ser atribuído à alta qualificação dos produtores e a utilização de técnicas modernas de manejo da plantação, como o sistema de túneis e a irrigação por gotejamento, que evitam o desenvolvimento de doenças e o uso de agrotóxicos. Para tanto, o Incaper presta assistência técnica constante aos agricultores familiares e promove cursos de capacitação sobre o processamento de frutas para utilização na agroindústria.

O agricultor Gilberto Carlo Gagno recebe em sua propriedade, em Venda Nova do Imigrante, cerca de 20 visitantes por semana. Ele cultiva morangos há 10 anos e possui um hectare ocupado com a atividade. Apesar de ser um pequeno produtor, investe bastante em tecnologia e conquista os turistas pela beleza de seus frutos.

“Os visitantes vêm até aqui, conhecem a plantação, escolhem e colhem os morangos que querem levar e ainda experimentam os produtos confeccionados pela minha esposa à base da fruta. Na propriedade eles podem encontrar morangos mais saborosos do que os oferecidos em supermercados, por exemplo, pelo fato da fruta ficar no pé até o fim da maturação”, afirma Gilberto.

Para o presidente do Incaper, Gilmar Dadalto, o agroturismo se destaca com uma excelente oportunidade de diversificação da renda, graças aos diversos atrativos que se somam à atividade. “Os visitantes buscam nas propriedades rurais não só o consumo de um fruto de qualidade, mas também desejam conhecer o processo produtivo do alimento, entrar em contato com o dia-a-dia do campo ou, ainda, promover o resgate da cultura de seus familiares, num espaço de lazer e descontração”.

Principais propriedades com agroturismo morango na região

Propriedade- Área Plantada (ha)- Comercialização da produção

1) Sítio Gagno– Alto Caxixe, Venda Nova do Imigrante- 1,5

In natura (colhe e pague) e embalado na propriedade.

– Congelado, polpa; torta, geléia, licor, compota e bombom

2) Sítio Pedra Azul /Produtos Ronchi– Aracê (Pedra Azul), Domingos Martins. 1,0 In natura na propriedade através do agroturismo.

– Geléia, doce, licor

3) Sítio Herança– Aracê (Pedra Azul), Domingos Martins

0,2. In natura (colhe e pague) e embalado na propriedade,

Congelado, licor e geléia

4) Sítio Pedreiras– Aracê (Pedra Azul), Domingos Martins

0,5 In natura (colhe e pague) e embalado na propriedade;

Geléia, licor e vinho.

Produção de Morango nas Montanhas Capixabas

Os principais produtores de morango no Estado são: Santa Maria de Jetibá, Domingos Martins, Castelo, Venda Nova do Imigrante, Brejetuba, Vargem Alta, Alfredo Chaves e Afonso Cláudio.

Ao todo, são produzidos quatro mil toneladas do fruto por ano, em 710 propriedades rurais. A atividade está presente numa área de 138,5 hectares e gera aproximadamente 2,5 mil empregos diretos, se constituindo num importante fator de distribuição de renda e de fixação do homem no campo.

De acordo com Balbino, a cultura do morango é extremamente favorável para a região, por ser economicamente rentável e socialmente benéfica, já que emprega cerca de seis pessoas por hectare. Além disso, o produto dá visibilidade ao local pelo grande destaque no agroturismo.

Atualmente, cerca de 70% da produção capixaba é comercializada para os estados do Nordeste, principalmente Bahia e Pernambuco. Mas a comercialização ainda tem muito para crescer, principalmente devido ao aumento da demanda pela fruta “in natura” em decorrência de um melhor controle na qualidade da fruta produzida em terras capixabas.

Os municípios das montanhas capixabas que possuem terras frias e aptas para o cultivo do fruto, compõem o Pólo do Morango, instituído pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aqüicultura e Pesca (Seag) e do Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), com o intuito de desenvolver ações para potencializar a atividade no Estado.

Segundo Gilmar Dadalto, o Pólo permitiu a organização dos agricultores, o que têm facilitado a comercialização (logística e negociação) e intensificação da assistência técnica. “Com isso, os produtores têm se profissionalizado, além de desenvolverem a cultura nas montanhas, tendo como foco a qualidade e a segurança dos consumidores”, afirma.

Rastreabilidade

Para garantir ao consumidor a qualidade do morango que está sendo colhido nas montanhas do Espírito Santo, o Governo do Estado criou o selo “Morango das Montanhas do Espírito Santo – Qualidade com Responsabilidade”.

O selo funciona como um certificado de rastreabilidade do produto, já que os produtores que aderem a ele são cadastrados, monitorados e precisam atender às normas determinadas. Aproximadamente 90% dos produtores da região possuem o chamado “selo de origem”.

* Fonte: Site Incaper

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