A população da Região Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo) se pergunta quando vai chover um pouco para aliviar a secura do ar e do solo, assentar a poeira que tem estado suspensa, piorando a qualidade do ar. Por enquanto, não há nenhuma mudança à vista.
A grande massa de ar seco que vem predominando sobre o Brasil, e atuando fortemente sobre a Região, ficou ainda mais forte nos últimos dias e mantém as condições para o bloqueio atmosférico que impede que as frentes frias avancem com força para o Sudeste.
Época de estiagem
Não chover em julho na Região Sudeste é algo relativamente comum. A Climatologia mostra que este é um mês de baixíssimas médias de chuva, que não passam de 60 mm mensais, para a maioria das áreas da Região. O problema é que a falta de chuva vem sendo sentida desde março. Agora, a chance de chuva já normalmente baixa e possibilidade de alguma chuva fica ainda mais remota, com a atuação do forte bloqueio atmosférico.
A primeira quinzena de julho fechou com grande parte do Sudeste acumulando de 70 a mais de 100 dias sem ocorrência de chuva igual ou acima de 10 mm em 24 horas. Até o fim de julho, os poucos episódios de chuva poderão ocorrer em algumas áreas do litoral do Sudeste, em dias em que houver um eventual aumento do vento marítimo. Nesta situação tem-se um aumento da concentração de ar úmido nas áreas próximas ao mar, o que favorece o desenvolvimento de nuvens de chuva
Os mapas mostram a previsão de acumulado de chuva para o período de 20 a 24 e de 25 a 29 de julho no Brasil. Na Região Sudeste, a chance de alguma chuva é considerada apenas em áreas costeiras, mas que não devem passar de 10 mm em cada período.
Quando o bloqueio vai terminar?
O balanço de temperatura da superfície da água do mar entre a costa da Região Sul e o região da costa entre o Uruguai e a Argentina não esteve favorável ao deslocamento das frentes frias. O meteorologista Vinícius Lucyrio, da equipe de previsão climática da Climatempo explica que a expectativa é que a diferença de temperatura entre estas regiões volte a ficar mais forte ao longo das próximas semanas.
“Isso vai favorece a entrada de mais frentes frias, especialmente a partir da segunda semana de agosto. Por enquanto, ao longo das próximas duas semanas, a tendência ainda é de uma situação de bloqueio, com a permanência de ar quente sobre o Centro-Oeste e Sudeste, e ingresso de ar quente também pela Região Sul”.
Vinícius explica também que os modelos atmosféricos computacionais indicam alguma mudança no final de julho e início de agosto, com enfraquecimento de um bloqueio observado também no Pacífico Sul e consequente enfraquecimento do bloqueio no Sudeste, mas ainda não há sinalização de mudança radical, com grande resfriamento.
Com informações do Climatempo