Secretaria de Saúde dá dicas para evitar intoxicação alimentar

Depois das chuvas de dezembro, o sol voltou a brilhar forte no Espírito Santo e as praias capixabas já estão lotadas. É só dar uma volta na orla para perceber o grande número de pessoas disputando cada metro quadrado de areia e desfrutando das delícias dos petiscos ofertados pelos ambulantes. Com as temperaturas cada vez mais altas, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) alerta a população para observar os cuidados em relação à manipulação e conservação de alimentos para evitar o desconforto de uma diarreia e até um quadro clínico mais grave.

 

Do milho verde ao picolé, passando por cachorro quente, salgados fritos e mariscos crus, há de tudo para atrair a clientela bem naquela hora que a fome bate. Como resistir às tentações? Como saber se o alimento está próprio para o consumo? O coordenador do Centro de Emergências em Saúde Pública da Sesa, Gilton Almada, dá algumas dicas.

 

Segundo ele, as pessoas devem tomar cuidado com o consumo de alimentos dos quais desconhecem a procedência e que podem provocar doenças de transmissão hídrica ou alimentar (DTAs). Até mesmo o gelo colocado no copo que serve o suco ou o refrigerante, se não for feito com água filtrada, pode trazer riscos à saúde. A mesma observação vale para o picolé. Se você não dispensa um milho verde na praia, observe se a água está fervendo e evite colocar manteiga ou margarina que ficaram muito tempo expostas ao calor.

 

“De um modo geral, o olhar de quem compra deve estar atento para observar as condições de higiene do local da venda e também na apresentação do vendedor, se ele está uniformizado, com aparência limpa, unhas cortadas, por exemplo”, cita ele.

 

O coordenador diz que muitos ambulantes passam por capacitação e observam as normas de higiene na manipulação do alimento e vendem seus produtos em caixas térmicas, que ajudam na conservação. Mas ressalta que mesmo o alimento bem preparado, se não for bem acondicionado pode se deteriorar rapidamente com as altas temperaturas, favorecendo a proliferação de micro-organismos que fazem mal à saúde.

 

Gilton Almada ressalta que o perigo não está só nas praias e quiosques, mas também dentro de casa. Segundo ele, todo ano a Sesa observa o aumento do número de casos no verão, mesmo em municípios que não são litorâneos porque há pessoas que se descuidam da proteção do alimento que se deteriora mais rápido no calor.

 

“Há pessoas, por exemplo, que preparam uma refeição com antecedência e acreditam que é preciso esfriar primeiro o alimento antes de colocá-lo na geladeira, para consumi-lo depois. Isso acontece até por receio de que colocar o alimento quente na geladeira pode estragar o eletrodoméstico, o que não é verdade. O mais adequado, inclusive, é resfriar o alimento destampado na geladeira e só depois colocar a tampa do recipiente para evitar qualquer contaminação”, explica.

 

Segundo ele, também não se deve descongelar alimentos em temperatura ambiente. O ideal é aguardar o tempo necessário dentro da geladeira.

 

Diarreia e vômito são alguns dos sintomas das doenças de transmissão alimentar, que podem vir ou não acompanhados de dor de cabeça, dor abdominal e até febre. Se o quadro começou com diarreia é importante a pessoa começar a se hidratar o mais rapidamente para evitar eventual agravamento do quadro clínico. “Água, chás, água de coco, soro caseiro e sucos ajudam. Também é importante não se automedicar e procurar a unidade de saúde mais próxima”, orienta.

 

A desidratação é uma das piores complicações da diarreia e, para evitá-la, é preciso compensar as perdas de líquidos. Ao primeiro sinal de diarreia em crianças, os responsáveis devem iniciar a hidratação com soro caseiro e levá-las com urgência para uma unidade de saúde do município, já que a reidratação oral não combate a bactéria.

 

Confira outras dicas:

 

– Lave muito bem as mãos antes das refeições e antes de preparar alimentos;

 

– Fique atento à higiene dos restaurantes e barraquinhas nas praias. Evite alimentos de locais sujos, com moscas e de procedência duvidosa;

 

– Evite alimentos gordurosos, muito salgados e/ou condimentados, como frituras, queijos amarelos e maioneses;

 

– Na praia, faça escolhas saudáveis: frutas da estação, picolé de fruta, água de coco, suco de fruta natural, salada de frutas e sanduíche natural fresco. Só não vale ficar sem se alimentar;

 

– Evite consumir alimentos com molhos à base de maionese, ovos ou creme de leite que estejam à temperatura ambiente;

 

– Alimentos crus ou cozidos não devem permanecer expostos à temperatura ambiente. O descongelamento deve ser realizado sempre em geladeira. Comidas prontas não podem ser recongeladas.

 

– Assegure-se de que o alimento servido esteja bem cozido e quente (aproximadamente 60ºC).

 

– Alimentos prontos que serão consumidos posteriormente devem ser armazenados sob refrigeração (abaixo de 5°C) e aquecidos no momento do consumo.

 

– Não coma alimentos que tenham estado em temperatura ambiente por mais de quatro horas; isso representa um dos maiores riscos.

 

– Tenha cuidado com as bebidas alcoólicas, pois elas aumentam a diurese, favorecendo a desidratação;

 

– Frutos do mar devem ser bem cozidos, pois podem conter micro-organismos causadores de doenças;

 

– Ao primeiro sinal de diarreia, iniciar hidratação com soro caseiro e buscar atendimento em unidade básica de saúde;

 

– O soro pode ser feito em casa. Para cada copo de água, deve ser adicionada uma pitada de sal e duas pitadas de açúcar.

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