Socol ao gosto da cidade mais mística da Itália

•Por Leandro Fidelis

De 23 a 27 deste mês, a “Comunidade do Socol” de Venda Nova do Imigrante vai participar do Terra Madre 2008, encontro mundial para discutir a produção alimentar segura que acontecerá em Turim, na Itália. O produtor Ângelo Falqueto, o “Angelim”, é quem vai representar a comunidade durante o evento, que é um fórum de discussão, troca de experiências e fortalecimento dos laços entre a rede composta por 1.700 comunidades do alimento, chefs e universidades do Brasil e do mundo, empenhados em trabalhar para promover uma produção alimentar local, sustentável e respeitosa dos métodos herdados e consolidados no tempo.

A “Comunidade do Socol” foi inscrita como mais uma comunidade do alimento através de Roberta Sá, coordenadora dos Projetos “Slow Food” no Brasil. Em junho de 2006 na 3ª Feira da Agricultura Familiar e Reforma Agrária em Brasília, a agente de desenvolvimento Rural Rita Zanúncio (Incaper/ Venda Nova) estabeleceu os primeiros contatos com a “Slow Food” para apresentar o socol e a sua história.

Em 2007 dois representantes da “Comunidade do Socol” foram convidados para participar do Terra Madre Brasil 2007 em Brasília. Na ocasião, Angelim e Dete Lorenção, outra produtora de Venda Nova, conquistaram o público com sua alegria contagiante, histórias dos descendentes de italianos e a sua culinária. O socol fez tanto sucesso que compôs diversos pratos elaborados por chefs de todo o Brasil.

As comunidades do alimento são grupos de pessoas que produzem, transformam e distribuem alimentos de qualidade de forma sustentável e estão fortemente ligadas a um território do ponto de vista histórico, social e cultural. O “Slow Food” está organizando a viagem de 150 pessoas de várias partes do Brasil para o “Salone del Gusto” no Terra Madre 2008 e está também organizando a participação de outros 155 países do mundo.

O socol

Quando os italianos chegaram à região trouxeram o costume de fazer o socol, que era uma forma de conservação da carne suína. Era feito com a carne do pescoço do porco (mais gorda) e consumido junto com polenta ou apenas fatiado acompanhado de vinho ou cachaça. Hoje ele é produzido com o lombo do porco devido à preferência do consumidor e das próprias famílias em ingerir menos gordura.

Produto de origem animal pelo dialeto chamado de “ossocolo”, é um embutido de lombo suíno envolto em peritônio (pele que envolve a barriga do porco), amarrado ou colocado dentro de rede elástica, curtido durante aproximadamente quatro a seis meses em ambiente fresco e ventilado, protegido do sol.

O tempero utilizado varia de acordo com a região de origem da família na Itália e mantém-se desde os “nonnos”. São utilizados além da pimenta do reino, alho e sal também o cravo e canela. É consumido cru fatiado bem fino, utilizado principalmente como “tira gosto”. Muito apreciado junto com a polenta.

Além do consumo familiar, o socol é comercializado como produto típico dos descendentes de italianos nas propriedades inseridas no agroturismo. A valorização do produto acontece também durante as festas regionais como a Festa da Polenta e na Festa do socol, que acontece na comunidade de Alto Bananeiras todo mês de maio. Também é muito apreciado em diversas composições de pratos nos restaurantes da região.

Os integrantes da “Comunidade do Socol” são agricultores familiares de Venda Nova do Imigrante que mantém a tradição familiar da fabricação do socol. A agricultura e pecuária são atividades principais e a agregação de valor ao produto é a mola mestra que move a economia das famílias, pois transformam os produtos primários e os comercializam principalmente nas propriedades diretamente ao consumidor. No início da década de 90 com a implantação do agroturismo na região, o socol passou a ser um dos “carros chefes” sendo muito valorizado pelos turistas e população em geral. A maior parte dos agricultores que fabricam o socol já possui pequenas agroindústrias familiares e processam os produtos dentro das normas de boas práticas de fabricação (* Fonte: Incaper).

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