* Leandro Fidelis
(leandro@radiofmz.com.br)
Um grupo de criadores que adultera anilhas de pássaros silvestres pode estar atuando na Região Serrana do Estado. A suspeita é do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), após constantes operações nas montanhas. Só nas duas últimas semanas, fiscais apreenderam 52 trinca-ferros com registro ilegal.
A anilha padronizada pelo Ibama tem 3,5 milímetros de diâmetro, mas diversos pássaros são encontrados com ele medindo 4 mm. O objetivo dos criminosos é driblar a fiscalização, falsificando aves que são produtos de caça.
A atuação do grupo estaria associada ao tráfico de animais. Dependendo do exemplar, o trinca-ferro chega a custar R$ 40 mil no mercado negro. Desde a última segunda-feira (12), o Ibama apreendeu 27 trinca-ferros e dois papagaios da Amazônia, essa espécie ameaçada de extinção. A operação abrangeu os municípios de Venda Nova, Marechal Floriano, Domingos Martins e continuará em Afonso Cláudio.
Segundo Sebastião Garcia, analista administrativo do Ibama, as operações foram intensificadas com a suspeita de adulteração de anilhas. Na maioria das vezes os criadores aproveitam a anilha de um animal que morreu, que deveria ser devolvida ao Ibama. Eles alargam ela batendo com martelo, diz.
As multas das apreensões dos últimos três dias somam R$ 145 mil. Os criadores foram autuados em um processo administrativo, que será encaminhado ao Ministério Público. Os pássaros foram levados para o Centro de Reintrodução de Animais Selvagens- Cereias, em Aracruz.