Tradição em caixão azul e branco em Melgaço, Domingos Martins

* Leandro Fidelis

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As comunidades pomeranas do Espírito Santo gostam de manter as tradições até na hora da morte, ou melhor, muito antes da chegada desse dia. Os pomeranos fazem questão de serem enterrados em caixões resistentes nas cores azul e branco, as mesmas da bandeira da extinta Pomerânia.

O marceneiro Wilson Braun, de 39 anos, de Melgaço (Domingos Martins) é o único a fabricar caixões desse modelo na região. Ele aprendeu o ofício com o pai aos 20 anos.

Fotos: Leandro Fidelis
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O início não foi nada fácil, lembra o pomerano. “Eu e meu pai virávamos a noite produzindo caixões quando morria alguém na vizinhança. Com o tempo, o povo passou a encomendar com antecedência”, explica Braun.

Os caixões são feitos com madeira angelim pedra, forrados em tecido e bordados com renda. São necessários três dias para deixá-los ao gosto do cliente. Cada exemplar custa R$ 2.500,00 e pesa, em média, 60 quilos.

Segundo Braun, o pomerano faz questão do caixão de madeira porque teme que o fundo do compartimento comprado no mercado convencional ceda no dia do enterro. “Uma vez aconteceu isso em Melgaço e foi constrangedor para a família. Depois, os pomeranos nunca mais compraram caixão com outro marceneiro”, conta.

Os clientes que garantiram os caixões pomeranos ainda em vida já morreram. E pensando no futuro, o marceneiro quer deixar o seu pronto. “Um dia vou precisar do meu também. Sempre deixo um guardado.”Wilson Braun calcula ter feito 20 caixões. Ele diz que o mais difícil é ajustar as medidas da tampa com a parte inferior do caixão. “Para o homem, sempre faço um pouco mais largo nas laterais e com um metro e noventa de comprimento”, explica.

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Pinheiros de Natal sobre os túmulos

O Dia de Finados não é o único dia de lembrar dos mortos para as comunidades pomeranas do Estado. Em algumas localidades, a exemplo de Melgaço, em Domingos Martins, a tradição é montar pinheiros enfeitados sobre os túmulos na véspera do Natal.

O costume inclui levar o pinheirinho natural ou artificial, adornado com bolas natalinas, para a sepultura dos parentes, transformando a paisagem dos cemitérios.

A agricultura Natália Neitzke, de 46 anos, mantém a tradição. “Para nós pomeranos, o falecido merece festejar o Natal da mesma forma que os seus parentes vivos”, diz.

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