Trânsito na BR-262 é liberado após 17 horas de interdição

Após mais de 17 horas de interdição, o trânsito volta a ser liberado aos poucos na BR 262, na região de Domingos Martins, onde um acidente envolvendo um caminhão com produtos químicos matou três pessoas na tarde desta quarta-feira (22). Outras sete pessoas com fortes sintomas de intoxicação foram internadas em um hospital da região após contaminação por gás cloro.

As vítimas identificadas são: Gustavo Cury, 35 anos, motorista do caminhão; Adélson Alves Moisés, de 44 anos, passageiro do caminhão. Segundo a Policia Rodoviária Federal, os dois teriam morrido por intoxicação. Já a terceira vítima, motorista do carro Pampa envolvido na colisão, José Souza Gomes, 54 anos – morador de Ibatiba, morreu com o impacto do acidente.

De acordo com o tenente-coronel Samuel, do Corpo de Bombeiros, o local do acidente foi liberado para acesso da perícia da Polícia Civil por volta de 4h desta quinta-feira.

Desvio por conta do perigo

Durante todo o período da interdição, que terminou por volta de 8h10, a Polícia Rodoviária Federal orientou para que as pessoas evitassem passar por esse trecho da rodovia porque havia grande risco de contaminação. Dependendo do grau de intoxicação a vítima poderia morrer. Parte da carga tóxica teria vazado após a colisão do caminhão com um carro de passeio.

Como a BR 262 é a principal via de ligação terrestre entre o Espírito Santo e Minas Gerais, o fluxo de veículos que passa rodovia é considerado grande. Assim, o congestionamento formado pela interdição da estrada afeta o tempo de viagem de quem precisa passar por Domingos Martins. Assim, mesmo com a liberação acontecendo aos poucos, o desvio que os motoristas podem utilizar é o seguinte: saíndo de Vitória, seguir pela BR 262 até o trevo de Viana e acessar a BR 101. De lá seguir até o trevo de Alfredo Chaves, passar pela cidade e novamente acessar a BR 262. Esse trajeto aumenta a viagem em pelo menos 60 km. O mesmo desvio vale para quem segue no sentido Minas – Vitória.

Uma equipe de São Paulo especializada em retiradas de produtos tóxicos, e segundo informações é contratada da empresa envolvida no acidente, chegou ao Aeroporto de Vitória por volta das 23h. Do terminal seguiu caminho para Domingos Martins para retirar os cilindros e o cloro que ficou derramado na pista.

Testemunhas do acidente

Uma das pessoas que ficou contaminda com o vazamento do gás foi o aposentado Ruy de Mendonça, de 79 anos. Ele contou que seguia no sentido Marechal – Vitória com a filha, a arquiteta Valésia de Mendonça, quando numa curva, a poucos metros do local da batida, encontrou o trânsito parado e várias pessoas gritando e pedindo que retornassem. Logo ele sentiu o cheiro forte que rapidamente provocou coceira no corpo e queimação na garganta, olhos e nariz.

“Eu rapidamente consegui virar o carro e corri para o hospital de Domingos Martins com a minha filha que estava muito mal por causa do cheiro. Eu sentia muita dificuldade para respirar, mas conseguir levar o carro até o hospital. Quando chegamos já fomos colocados no oxigênio”, relatou.

O aposentado teve alta médica por volta das 22 horas, mas continuou na unidade acompanhando a filha que ficaria em observação até a manhã desta quinta-feira.

O vereador de Marechal Floriano, João Cabral (PMDB), que seguia no sentido Vitória-Domingos Martins, contou que estava pouco atrás dos veículos que se envolveram no acidente. Segundo ele, o cheiro forte do gás se espalhou rapidamente, o que fez várias pessoas passarem mal. Ele tentou auxiliar outros motoristas a retornarem na estrada, mas não aguentou ficar por muito tempo no local por conta do cheiro forte.

“É um cheiro que dava para ser sentido a mais de 500 metros do local do acidente. Ardia os olhos, o nariz, a pele. A gente ficou até meio desnorteado por causa do cheiro. Pra seguir viagem eu cortei desvio por Biriricas. Quem vinha no sentido contrário, cortava caminho por Araguaia”, relatou.

Equipes do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) estiveram no local para levantarem as primeiras informações sobre a empresa responsável pelo transporte do produto químico. De acordo com o Instituto não houve possibilidade dos técnicos realizarem levantamentos detalhados devido as condições de alto risco de contaminação no local.

Na manhã desta quinta-feira (23), os técnicos do Iema retornam a Domingos Martins para darem continuidade aos trabalhos interrompidos na noite desta quarta. Serão analisadas os impactos provocados pelo gás na vegetação, na água dos rios, em animais e nas comunidades vizinhas ao local do acidente.

Foi feito um isolamento no raio de 1km a partir do local do acidente por causa da toxidade do gás. O Corpo de Bombeiros encaminhou três viaturas ao local. A equipe composta por seis militares precisou utilizar roupas especiais para se aproximar do caminhão onde ocorreu o vazamento da carga, usadas para evitar contaminação.

O produto se espalhou na pista a poucos metros do local onde a carreta ficou tombada de lado. O gás escapou dos cilindros e algumas pessoas passaram mal ao inalar o produto. As vítimas foram socorridas pela polícia local e encaminhadas para exames médicos.

Vítimas

Sete pessoas que estavam em veículos próximos ao vazamento do gás foram internadas na Fundação Hospitalar Associação Domingos Martins Fuhasdomar, localizada há cerca de 5 km do local do acidente. De acordo com informações de funcionários do hospital, os pacientes quando chegaram na unidade vomitavam e tossiam muito.

Segundo uma funcionária, uma das vítimas identificada como Manoel Carlos da Silva, 53 anos, ficou desorientado e não conseguiu nem dizer o local onde mora. Ele foi colocado no balão de oxigênio para que pudesse respirar melhor e apresenta um quadro de saúde estável.

Confira nome das vítimas hospitalizadas

– Fausto João Soares, 42 anos, Rio Marinho, Vila Velha – recebeu alta

– Gilmar Martins de Freitas, 38 anos, Vila Velha – recebeu alta

– Miracy F. Pereira, 44 anos, Pará – recebeu alta

– Valézia de Vasconcelos Mendonça, 49, Jardim da Penha, Vitória

– Ruy de Mendonça, 79 anos, Vitória – recebeu alta

– Reginaldo M. Rocha, 35 anos, Itaguaçu – ES

– Manoel Carlos da Silva, 53 anos, respira com auxílio de um balão de oxigênio.

* Gazeta Online

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