* Leandro Fidelis
Uma ajuda que vem do outro lado da linha. A rede de solidariedade do Centro de Valorização da Vida- CVV está chegando a Venda Nova. A ideia é reunir voluntários para se revezarem no atendimento pessoal ou telefônico a quem, depois de um simples consolo, pode repensar de forma positiva a sua existência no mundo.
O principal objetivo do programa é a prevenção do suicídio, causa constante de mortes no município. A princípio serão promovidas palestras para a comunidade na expectativa de recrutar pessoas dispostas a dar apoio emocional a moradores que pensam em causar a própria morte para fugir dos problemas.
No último sábado (27), potenciais voluntários se reuniram no salão da Igreja Católica de Venda Nova com membros do CVV de Vitória. Na capital do Estado, a experiência começou há 25 anos e atualmente o centro conta com 50 voluntários atendendo 24 horas pelo telefone 141. A ligação é gratuita.
De acordo com Deiuza Brambilla, a Isa, que convidou o grupo do CVV, a Igreja prometeu emprestar uma sala, e a Prefeitura ficou de ceder uma linha telefônica. O modelo mais condizente para o município é o do Posto Samaritano, com dias e horários pré-estabelecidos para o atendimento.
Um comitê ficará encarregado de formar a associação e legalizar a entidade no município, enquanto o CVV de Vitória vai selecionar e treinar os voluntários em Venda Nova.
Anonimato
O anonimato é um dos preceitos da entidade, há 50 anos no Brasil e com 3.000 voluntários em todas as regiões do país. Os voluntários preservam sua identidade verdadeira, assim como a profissão e o endereço. Do outro lado da linha sou apenas a voluntária Sônia, diz uma voluntária de Vitória.
Nos atendimentos, mesmo os pessoais, o voluntário se compromete a manter sigilo nas informações. Quem liga em busca de uma palavra de conforto, tem apenas que confiar e aceitar apoio. Muito mais que falar, temos que ter o dom de ouvir. Na maioria das vezes, as pessoas querem alguém apenas para conversar, afirma Josélio, outro voluntário.
Segundo ele, o CVV tem como visão uma sociedade compreensiva, solidária e fraterna. Além do apoio emocional, promove ações comunitárias, mesas redondas, atividades culturais e programas junto a adultos e crianças. Existe até a proposta de uma Escola de Valorização da Vida.
O CVV não tem como medir a redução dos suicídios nas comunidades onde atua, apenas estima o número de contatos telefônicos. Entre as experiências mais bem sucedidas, está a da cidade de Chapada (RS), onde o índice de suicídios deixou de existir depois de ações da entidade. O site do CVV é www.cvv.org.br.