Neste sábado, 20 de junho, Venda Nova vai comemorar 30 anos do primeiro contato com a organização Alcoólicos Anônimos, mais conhecido como AA. Embora fundado no município no dia 13 de setembro de 1979, foi em junho que um dos fundadores participou pela primeira vez do movimento em Cachoeiro de Itapemirim, de onde trouxe o modelo.
Em razão da atuação, tanto para a sua quanto para a cura de centenas de pessoas que passaram pelas reuniões, uma pessoa que não pode ser identificada será homenageada. Ele receberá uma ficha de 30 anos de participação. Essa ficha corresponde a um comprovante e um estímulo que anualmente o freqüentador recebe, como símbolo de um ano de resistência ao vício. Além dele, 31 pessoas receberão a mesma homenagem, correspondente ao seu tempo na irmandade.
A presença na organização pode ser considerada atuação, pois ao ingressar no grupo o testemunho de cada pessoa é fator de cura própria e também dos colegas de AA. De acordo com o coordenador de Venda Nova, a comemoração será com um almoço para os membros e familiares, que acontece paralelo à solenidade de entrega de homenagens. Precisamos comemorar estes 30 anos, que foram construídos dia-a-dia. Somos procurados por esposas e familiares dos alcoólicos, que sofrem junto e muitas vezes também precisam se abrir para uma nova forma de lidar com o problema, disse o coordenador. Ele também reforça o sistema do AA, que é fazendo o programa de 24 horas e evitando o primeiro gole. Os participantes são incentivados a vencer um dia de cada vez. Cada dia sem álcool é uma vitória a ser comemorada.
Em Venda Nova, o grupo se reúne todas as quartas-feiras, no prédio da antiga AMA, na Vila Betânea. De acordo com os registros locais, nestes 30 anos passaram pelo grupo 427 pessoas. A participação é aberta e livre, mas é fundamental que a procura seja espontânea. O primeiro passo é a pessoa reconhecer que tem o problema e que precisa de ajuda. Não adianta ser uma imposição, explica o coordenador, que garante sigilo absoluto para os participantes.
Quando o alcoólico resolve participar, o papel da família e dos amigos é fundamental para a cura. Quando a família acompanha, a pessoa se sente mais fortalecida para a luta, que é permanente. É para a vida toda.
AA, em si, não pode resolver todos os problemas. No que se refere, porém, ao alcoolismo, pode mostrar como viver sem os “apagamentos”, as ressacas, o remorso ou o desconsolo que acompanham as bebedeiras desenfreadas. Uma vez alcoólico, sempre alcoólico. Portanto, o AA preconiza evitar o “primeiro gole”. Quando se faz isto, a vida se torna mais simples, mais promissora e muitíssimo mais feliz, declara o coordenador.
* Fonte: Folha da Terra