Um lugar para o menino Jesus

•Por Leandro Fidelis

Conta a Bíblia que Maria e José saíram batendo de porta em porta procurando lugar para Ela dar a luz a Jesus. Milhares de anos depois, a história se repete, mas de um jeito diferente. O artista plástico João Marques Monteiro (42) produz um presépio em madeira e quer apoio para expor as peças na região a tempo do Natal.

As esculturas têm cerca de 2 metros de altura cada e retratam a famosa cena cristã com Maria, José, o menino Jesus, os três Reis Magos, além do jumento e da vaca, num total de oito. Cinco ficarão prontas até 15 de dezembro.

O artista também conta com a ajuda de voluntários interessados em finalizar as obras, feitas desde julho com madeira de carrapeteira, anjico e sibipuruna. Ele disse aguardar resposta das Prefeituras para montar o presépio.

Em Venda Nova, o Departamento de Cultura ficou de dar resposta esta semana. De acordo com o coordenador Rivelino Guimarães, a exposição não estava no planejamento para o Natal e o custo com o transporte das peças que estão no Rio é alto. “Estamos estudando uma forma viável de apoiá-lo”.

O criador do presépio está de mudança novamente para a região. Ele faz questão de deixar a manjedoura com o menino Jesus para o dia 25 de dezembro.

Reaproveitamento

Mineiro de Pocrane, “João do Brasil” (como prefere ser chamado), morou 15 anos entre Venda Nova e Conceição. Trabalhou na construção civil até 2003, quando um sonho de sua sogra transformou sua vida. “Ela sonhou que eu estava fazendo uma exposição de arte, sem eu nunca ter sido artista. Disse para eu levar a sério, pois era um recado do céu”, conta.

Bastou isto para João pegar seu formão de carpinteiro no mesmo dia e começar a entalhar, num toco de cacunda, a imagem conhecida de Cristo. “Tomei força para esculpir a figura humana. Já desenhava retratos e apenas transferi a técnica para a madeira”.

Hoje, são quase 100 peças, que ele expõe e vende para turistas em Rio das Ostras (RJ). Lá teve apoio da Secretaria de Meio Ambiente e do Ibama para reaproveitar “natureza morta”, num trabalho popularizado em Venda Nova por Pedro Jubini. São madeiras de lei, mas originárias de quedas naturais de árvores.

Ao tornar seu trabalho conhecido por aqui, “João do Brasil” tem um projeto ainda mais audacioso. Fundar em Venda Nova um espaço público com 1.000 peças suas. “A Prefeitura poderia apoiar com a estrutura física. Tenho um projeto para ensinar a técnica de entalhe e um de artesanato em fibra de bananeira, ambos auto-sustentáveis”. Contato pelo telefone.: (22) 9859-6271.

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